Agricultura

Lance Notícias | 31/07/2018 17:49

31/07/2018 17:49

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Agricultores adotam método australiano e organizam manejo de vacas possibilitando um mês de férias

Bem-estar pessoal e dos animais são os quesitos abordados por um casal de agricultores que residem na Linha Medianeira, interior de Xanxerê. O amor pela profissão e os sonhos em comum, levou o casal a se conhecer na Austrália. Desde então, eles aprimoraram as técnicas aprendidas na propriedade a qual vivem. Inclusive, ambos programam o […]

Agricultores adotam método australiano e organizam manejo de vacas possibilitando um mês de férias

Bem-estar pessoal e dos animais são os quesitos abordados por um casal de agricultores que residem na Linha Medianeira, interior de Xanxerê. O amor pela profissão e os sonhos em comum, levou o casal a se conhecer na Austrália. Desde então, eles aprimoraram as técnicas aprendidas na propriedade a qual vivem. Inclusive, ambos programam o tempo de produção leiteira e conseguem tirar férias.

Célis Andressa Gasparetto, natural de Xanxerê, destaca que o sonho de ser agricultora vem desde criança e foi após a sua formação e estágio na Austrália que a oportunidade veio à tona e tudo se tornou realidade. “Eu sou natural de Xanxerê, nascida no local em que hoje temos a propriedade. Meu pai acabou falecendo quando eu tinha um ano de idade, então nós fomos morar na cidade. Eu acabei cursando medicina veterinária, me formei em 2009. Sempre tive a vontade de ser agricultora, voltar para o sítio, conseguir me manter nele e ter um estilo de vida que visasse o bem-estar dos animais e da minha família. Queria poder criar os filhos da forma que eu fui criada”, conta. Após se formar, Célis realizou outro sonho: o de fazer um intercâmbio. “Em 2009, após minha formação, eu fui para a Austrália fazer um intercâmbio agrícola, para trabalhar, a princípio, com ovinos. Fiquei quatro meses trabalhando com isso, e após eu me mudei para uma fazenda de bovino de leite, nesta fazenda, fiquei oito meses e encontrei o André, que hoje é meu esposo. Ele estava nesta fazenda trabalhando há dois anos, então a gente se conheceu e trabalhamos juntos.

Com o tempo, vimos que tínhamos um sonho em comum, que era o de ter uma propriedade”. Quando retornou do estágio, a jovem convenceu a sua mãe a voltar a morar no interior e construir uma propriedade. “Fiquei um ano lá, quando voltei eu já tinha essa vontade de fazer alguma atividade na propriedade. Então começamos a reformar, convenci minha mãe para voltar a morar no campo, ela aceitou a minha ideia, e começamos do zero. Foi quando nos voltamos a produção de leite, devido a viabilidade e pelo conhecimento. Dentro de um ano, o André veio para Brasil morar com a gente e depois de mais um ano conseguimos comprar as nossas primeiras vacas. Começamos com uma estrutura bem simples e assim passaram seis anos, fomos implementando, construindo uma estrutura melhor, implantando pastagens e com todo o trabalho fomos conseguindo comprar os equipamentos. Hoje, ordenhamos 40 de 65 vacas. Para o próximo ano teremos umas 60 vacas em ordena. O trabalho sempre foi eu e ele, não dependemos de mão de obra de fora”.

Aos poucos, Célis e André foram se adaptando com o novo estilo de vida e com o intuito de tirar férias anualmente, eles adotaram na fazenda um projeto de sincronização de rebanho. “Faz três anos que iniciamos o projeto de sincronização do rebanho para estação de monta, aonde conseguimos sincronizar para que todas as vacas possam parir no tempo estipulado por nós. Estipulamos dois meses, entre março e abril. Ou seja, temos dois meses para a secagem. Conseguimos secar todas juntas e tirar férias. Como a família do meu esposo é do interior de São Paulo, conseguimos ir para lá, ir para praia, então esse método traz esse benefício para a gente e oportuniza que tenhamos um pouco de descanso. Foram três anos trabalhando para que conseguíssemos fazer isso”, diz Célis. O método utilizado pela família é australiano e todo o serviço, segundo Célis, fica mais fácil. “Esse estilo de estação de monta, não traz só o benefício de férias, mas também ajuda o ano inteiro no manejo das vacas, porque concentra o serviço, não tem a necessidade de ficar cuidando o ano todo dos cios. A gente faz a inseminação em maio e junho, concentramos a parição dos bezerros para fevereiro, então se concentra o serviço e a partir da metade do ano tem menos trabalho. A nossa ordenha é baseada no estilo australiano, aonde as vacas recebem a ração já no cocho dentro da ordena. É um sistema automático. Ela sai, tratamos só com feno, e depois elas vão para a pastagem. E a ordenha é bem rápida, leva em média 40 minutos”.

O casal tem um filho que se chama Valentin. Com um ano e cinco meses, ele já experimenta a sensação de morar no campo. “Foi tudo gradativo. Eu estou mais ativa lá fora depois que ele completou um ano. Agora eu consigo colocar ele no canguru e fazer várias atividades. Isso é o que sempre queríamos, deixar ele envolvido com tudo e com todos os animais”, conclui.

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