Lance Notícias | 01/08/2021 19:06

01/08/2021 19:06

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O que temos a aprender com as ginastas Simone Biles e a campeã Rebeca Andrade?

 

Essas olimpíadas tem nos ensinado muitas coisas. Eu não sei se você está acompanhando, mas a cada disputa, a cada jogo, vejo grandes histórias de superação. E com a ginasta americana Simone Biles não foi diferente. No domingo passado ela anunciou a sua desistência para disputar o solo nas olimpíadas de Tóquio, pois alegou estar com problemas de saúde mental. Esse fato foi muito comentando durante a semana, e gostaria de trazer aqui uma reflexão, será que essa atitude a tornou mais forte ou mais fraca?

Mostrar vulnerabilidades não é sinal de fraqueza, e sim de muita coragem. Quem abriria mão de bater seu recorde pessoal? Quem entende aonde está doendo, que sabe o que precisa ser melhorado, que dá um passo atrás, deixando seu ego de lado, mostra sim, um grande sinal de força. Quem abriria mão da fama e dos ganhos pessoais? Simone não quis “enfraquecer” a sua nação, e por isso resolver declinar. Ela abriu mão de tudo isso. Porém ela saiu das olimpíadas e entrou para a história. Em contrapartida, hoje tivemos uma grandiosa apresentação da brasileira Rebeca Andrade, que fez história, ela conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil, na ginástica artística feminina nas Olimpíadas, durante competição do salto. Modalidades iguais, carreiras promissoras, porém estados mentais totalmente distintos.

Nosso estado metal diz muito sobre nós. Quando não estamos bem mentalmente, não há nada que façamos fisicamente que poderá anular isso. Esportes individuais como a ginástica artística, tem grande índices de atletas com depressão, transtornos mentais e quadros de ansiedade. Saber entender nossos limites e treinar a nossa mente, é o que nos manterá firmes e fortes. Tanto Simone quanto Rebeca fizeram história. Simone mostra que não somos perfeitos, que atletas olímpicos também sofrem, que nem sempre está tudo bem. E Rebeca mostrou a força de uma mulher preparada e focada mentalmente para chegar ao pódio. Rebeca “é uma mulher, uma menina que veio de uma origem muito humilde, foi criada por uma mãe solo como a dona Rosa — porque o pai da Rebeca é vivo, mas não é presente na vida dela —, aguentou tudo que ela aguentou, todas as lesões, e está aí hoje” (BBC News). “Diziam você é doida de deixar sua filha ir embora. Mas eu tive a sabedoria e a mente aberta para deixá-la seguir seus sonhos”, diz Rosa Santos, mãe da medalhista olímpica.

Ambas entraram para história. Uma por ser forte em mostrar sua “fragilidade” e outra em levar o ouro olímpico. Mas o mais importante é aprendermos a priorizar a nossa saúde emocional. Tudo é sobre como nos sentimos diante de uma situação. Ser focado não é fácil. Treinar arduamente e incansavelmente é para poucos. Saber aonde quer chegar e a história que deseja contar, é somente para aqueles que desejam deixar um grande legado, e que aprenderam que maior é aquele que serve. Ser olímpico é mostrar ao mundo que somos capazes, é mostrar que as desigualdades viram igualdades no esporte, é mostrar que não há nem melhor e nem pior, mas sim, o mais bem preparado para o momento. SUPERAÇÃO: essa é a palavra que descreve essas olimpíadas. Ser melhor do que ontem, ser melhor que os nossos próprios limites, e que sim, temos o poder dentro de nós. Que nem somente o pódio levará para a história, mas a desistência também. Saber a hora de avançar e a hora de recuar, é somente para os grandes campeões.

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