Coronavírus

Lance Notícias | 18/06/2020 18:30

18/06/2020 18:30

139294 visualizações

Coronavírus: o relato de uma enfermeira traz sua esperança em dias melhores

Estar na linha de frente em uma crise sanitária parece cenário de filme ou seriado para maratonar, não é? Pois essa situação saiu das telas e tornou-se bem real a mais ou menos 90 dias, com a pandemia da Covid-19. O Lance Notícias conversou com a enfermeira Mariluci Neiss que contou seu relato de como […]

Coronavírus: o relato de uma enfermeira traz sua esperança em dias melhores

Estar na linha de frente em uma crise sanitária parece cenário de filme ou seriado para maratonar, não é? Pois essa situação saiu das telas e tornou-se bem real a mais ou menos 90 dias, com a pandemia da Covid-19.

O Lance Notícias conversou com a enfermeira Mariluci Neiss que contou seu relato de como é estar à frente dessa batalha. Confira:

– O que mudou no meu dia a dia: mudou tudo! Nós também fomos pegos de surpresa, tudo aconteceu de uma hora pra outra. Na sexta-feira saímos do posto de saúde, e na segunda-feira já estava estruturado o Centro de Atendimento no Coronavírus. Então mudou o horário de trabalho, iniciou escala de plantão com 12h nos finais de semanas, a roupa de trabalho… Hoje chegamos, vamos para uma sala onde pegamos roupa especial e tiramos toda nossa roupa que viemos de casa. Usamos touca, propé, óculos, sapato que só usamos lá dentro, sem falar nas mascaras, que são as PFF2, que nos deixam mais protegidos, mas com muitas marcas no rosto. Na hora de ir pra casa, toda essa roupa é tirada, vai para o Hospital para ser lavada e colocamos as nossas para ir pra casa – conta.

Mari trabalha na coleta dos exames, e conta que além de todo o equipamento que descreveu na rotina normal, nesses momentos usa mais proteção, e brinca que chega a parecer um astronauta para quem a vê.

– Como eu trabalho com as coletas dos exames, além dessa roupa, usamos uma de plástico por cima, um avental descartável e a face shield. As pessoas dizem que parecemos astronautas.  É quente, é desconfortável, não podemos tomar água, nem ir ao banheiro enquanto estamos com essa roupa, devido ao risco de contaminação. Após o término das coletas dos exames, a gente toma um banho com um produto especial, retira toda a roupa e troca tudo novamente. Ao chegar em casa, a primeira coisa que fazemos é tomar banho – comenta.

Quando questionada sobre o sentimento que carrega em meio a isso tudo, ela diz que esperança define o momento.

– Meu sentimento ao ir para o trabalho, é de esperança eu diria… Esperança que essa fase termine logo, que nossas rotinas sejam estabelecidas. Esperança que as pessoas fiquem bem e tenham mais empatia por nós que estamos trabalhando na saúde, seja no Centro de Atendimento ao coronavírus, ou seja nas unidades de saúde, ou no Hospital. Essa certamente será uma daquelas histórias que a gente vai contar para os netos. A lembrança de sair de casa e ver todo mundo de máscara na rua, a lembrança de um tempo difícil mas que foi superado – finaliza seu relato.

Deixe seu comentário