Esse, com certeza, tem sido um dos principais questionamentos desde o aparecimento da Covid-19. Em tempos de pandemia, em que o isolamento social precisa ser respeitado, a criação de uma vacina poderá ser a principal descoberta para bloquear o contágio do novo coronavírus.

Por isso, nossa equipe conversou com a doutora em Bioquímica Toxicológica docente do IFSC Xanxerê, Luciane Belmonte Pereira. A profissional falou conosco sobre quais etapas são necessárias até que uma vacina eficaz contra o vírus chegue até as pessoas.

– Conhecer bem o patógeno é algo fundamental. Depois vem os testes de segurança. A ciência está bem avançada e com pressa nessa questão. É praticamente impossível mensurar o tempo exatamente que levará para obtenção de uma vacina eficiente – disse a doutora do IFSC.

São vários e importantes fatores para descobrir a procedência da doença. Primeiro é preciso conhecer bem o vírus e suas especialidades. Cada um tem características diferentes. Saber se é um vírus RNA ou DNA e também procurar saber os componentes desse vírus no sistema imunológico do organismo infectado.

– Saber as células infectadas no ser humano e que tipo de ligação que o vírus estabelece com essas células para então elas entrarem e se multiplicarem. Além disso, acreditava-se que no caso do SARS-COV-2 eram infectadas somente as células pulmonares, entretanto ele tem ações diferentes em cada organismo. Infecta células pulmonares, mas existem outros danos. O que mostra que existem mecanismos diferentes – concluiu a profissional.

Ainda segundo ela, o vírus de RNA é um vírus que sofre muitas mutações. Por isso, o tempo de criação de uma vacina eficiente pode levar de um até dois anos para que ela esteja disponível. Teve casos, que já levaram muito mais tempo para que ela realmente comprovasse a eficiência.

– As primeiras testagens são feitas in vitro, em células de cultivo em laboratório, produzidas a partir de tecidos vivos especialmente para experiências em laboratório. Depois de analisados estes testes, parte-se para o teste em animais e só depois inicia-se o teste em seres humanos – disse a doutora.

Diversos estudos continuam sendo feitos em todo mundo, mas por enquanto ainda não é preciso dizer quando que a vacina contra o novo coronavírus vai finalmente ficar pronta.

– Sim, é muito difícil mensurar exatamente. Pois é um vírus mutável e a doença apresenta muitas características que ainda conhecemos pouco. Entretanto a ciência tem pressa e muitos estudos estão sendo realizados pelo mundo, inclusive no Brasil – completou Luciane.

A expectativa de Luciane é que o Reino Unido obtenha sucesso na possível vacina já que está em fases de iniciar os testes. Para ela, essa seria a esperança da vacina para que as pessoas possam se sentir mais seguras.