A xanxerense Ana Claudia Dal Zot é pianista e musicoterapeuta. A jovem utiliza-se da terapia como forma de criar canais de comunicação alternativos para pessoas com diversos diagnósticos, e sua especialização é voltada ao público autista.

– Sou graduada em Música, com Bacharelado em Piano na Udesc, e fiz especialização em Musicoterapia pela Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias. Na graduação mesmo eu já tinha muito interesse na área da Musicoterapia e felizmente um dos professores tinha formação na área, foi ele quem coordenou um projeto na universidade chamado “Música para todos”, voltado para crianças com autismo. Assim me aprofundei na área e fiz meu TCC sobre Musicoterapia e autismo – contou em entrevista ao Lance Notícias.

Desde 2017 ela atua como musicoterapeuta, e diz que apesar de ser uma área recente, está ganhando grande espaço em tratamentos junto a outras terapias.

– É uma terapia onde a intervenção é feita através dos instrumentos musicais, trazendo experiências por meio de som, ritmo, melodia, harmonia e tem como objetivo criar canais de comunicação, desenvolver as potencialidades do paciente, explorando suas habilidades e criando esse espaço de autoconhecimento. Ela pode ser realizada individualmente ou em grupo, dependendo do contexto clínico – explicou.

Ana Claudia diz que é importante ressaltar que a Musicoterapia tem fins terapêuticos, portanto, a utilização da música está dentro de um contexto de tratamento, reabilitação, prevenção ou maior qualidade de vida para o paciente.

– O paciente não precisa saber tocar algum instrumento ou cantar, o propósito da terapia é que a música seja utilizada para tratamento. Isso difere muito do contexto de ensino da música, onde o objetivo é estudar teoria musical, musicalização ou aprender algum instrumento específico – disse ela, que também é professora de piano.

A musicoterapia traz inúmeros benefícios e para ela, um dos mais importantes é trazer outra perspectiva de escuta, de olhar pra si mesmo, de compreensão.

– Ela vem reforçar esse sentimento de capacidade, de expressar e entender suas próprias emoções. A musicoterapia pode ser realizada tanto para pacientes com diversos diagnósticos, para pessoas neurotípicas, adultos, crianças ou  até mesmo equipes em empresa por exemplo. Meu foco acaba sendo com pessoas neurodiversas (autistas, TDAH) pessoas com paralisia cerebral e com Síndrome de Down – contou.

Para ela, é por meio dessa partilha entre musicoterapeuta e paciente, que se possibilita o olhar para sua história e suas experiências, pois a música explora o lado artístico, lúdico, emocional e social, que são fatores importantes para que o indivíduo possa expressar-se em suas relações intra e interpessoais.

– E eu acho muito importante falar que a musicoterapia tem comprovação científica, existem diversos artigos e estudos que comprovam os benefícios tanto para pessoas neurodiversas, quanto na reabilitação para pessoas que tiveram AVC, ou possuem ansiedade, depressão, por exemplo – comentou ainda.

E é claro que para ser um musicoterapeuta, é necessário ter formação ou especialização em Musicoterapia. Ana Claudia, além da formação na área, fez parte da criação de um livro sobre o assunto, o Musicoterapia & autismo: campos de comunicação e afeto, onde ela escreveu o artigo Musicoterapia no contexto familiar de uma criança autista: reflexão acerca das possibilidades de interação com a criança e seus cuidadores.

Quer saber mais sobre Ana Claudia, siga sua página no Instagram @anacdalzot.

Foto: arquivo pessoal Comemoração do Dia das Crianças com musicoterapia ao ar livre

Foto: arquivo pessoal

Foto: Mariana Smania Recital de formatura