Nessa terça-feira (17) foi celebrado o Dia Mundial da Prematuridade, uma data que para muitas mamães marcou um período de sufoco, angustias, incertezas até a alegria de poderem estar com seus bebês nos braços, em casa.

A xanxerense Francielly Neckel, contou em um breve relato, os momentos de preocupação que viveu com o pequeno Isaac.

– Todo ano muitas crianças nascem prematuras e se a maternidade já é um desafio para as mamães que tem o bebê no tempo certo, acreditem para as que tem bebê prematuro é um desafio ainda maior. Não sou mais ou menos mãe por causa disso, mas todas as mamães precisam de muito apoio, cuidado, carinho, e muita força. Não me preparei psicologicamente, nem emocionalmente para isso, fui pega totalmente desprevenida – inicia ela.

Ela conta sobre o planejamento e a realidade, totalmente diferente do esperado.

– Foram 37 dias de UTI, algo totalmente diferente do que sonhei e planejei. Diferente dos outros, não foi eu que dei o primeiro colo, quem deu o primeiro banho, quem deu o primeiro “mamazinho” ou que trocou a primeira fralda. Não foi eu que acalmei quando chorava. Que experiência dolorosa, olhei para o lado e não o vi mais ali, eu fui para a maternidade e ele para a UTI. Para mim, ser mãe de prematuro foi conversar com ele através de uma incubadora, não poder pegar no colo para passear porque estava cheio de fios ligados no corpinho. Era chorar no banheiro do hospital para poder sorrir para ele, me desesperar quando as máquinas começavam a apitar e as enfermeiras corriam para socorrer, e lá trocar sonda, dar uma picada para pegar uma veia, e você ficar sem força, sem chão quando o rostinho de choro e de dor olhava para você e você não podia fazer nada. Orar com tanta força e ao mesmo tempo chorar desesperada. Ficar espremendo e massageando o seio para tirar cada gota de leite e dar para ele numa sonda, contar cada grama que faltava para a alta médica. Orar todo dia com o rosto encharcado implorando que Deus cuidasse dele, ter que perguntar e esperar para poder pegar meu filho no colo depois de 19 dias – relatou emocionada.

Por fim, Francielly conclui:

– Bebês prematuros são guerreiros, eles têm uma força que ninguém entende, eles lutam pela vida, no final são ele que fazem a gente crescer, amadurecer. São eles que dão força e nos transformam em seres humanos melhores. Sou mãe de UTI, sou mãe de prematuro. Nós vencemos para honra e glória de Deus, nós vencemos a prematuridade. Só quem passou sabe a dor. Hoje meu coração é só gratidão. Obrigada Deus por todo cuidado com nós. Obrigada a todos os anjos em forma de gente que cuidaram tão bem do meu anjinho. Dra. Flavia, enfermeiras, e técnicas obrigado– finaliza o relato.

Ao Lance Notícias ela disse que após o susto, reconhece que Isaac é seu pequeno milagre.

– Com certeza, meu presentinho. Foi realmente um susto, nós não esperávamos pelo que aconteceu e ele é realmente um milagre. Por várias vezes eu senti que poderia ter perdido ele. Mas a Dra. Flavia e toda a equipe fizeram de tudo por ele. E hoje estamos em casa – disse ela aliviada.