João Luiz superou um grave problema cardíaco desde o nascimento e hoje, saudável, é símbolo de fé e força para sua família.
Em junho de 2023, Fernanda Emanuele descobriu que estava grávida, mas a alegria logo foi acompanhada de um desafio inesperado. Com apenas 29 semanas de gestação, um exame de rotina, o ecocardiograma fetal, revelou uma má formação no coração do bebê. O diagnóstico foi um golpe duro: João tinha Transposição de Grandes Vasos (TGA), uma condição grave que exigiria cirurgia imediata após o nascimento.
Uma jornada cheia de desafios
A notícia mudou completamente a rotina de Fernanda e sua família. Com o marido, Juliano, ainda afastado do trabalho após um acidente, eles precisaram organizar uma verdadeira operação de guerra para garantir o tratamento de João. “Foi como se o chão se abrisse. Não sabíamos para onde ir”, lembra Fernanda.
Após consultas em diversas cidades, conseguiram agendar atendimento com uma especialista em Blumenau. No entanto, o caminho foi cheio de incertezas. Sem lugar para ficar e enfrentando dificuldades financeiras, contaram com a ajuda inesperada de um primo, até então desconhecido, que lhes ofereceu abrigo.
Em dezembro de 2023, a gravidez de Fernanda se tornou ainda mais delicada. Um sangramento na véspera do Natal levou os médicos a recomendarem que ela fosse imediatamente para Blumenau. “Eles disseram que transportar uma criança ainda no útero seria mais seguro do que depois de nascer”, explica.
A situação se agravou quando, no final de dezembro, Fernanda foi diagnosticada com pressão alta e risco de pré-eclâmpsia. Mesmo com a recomendação de antecipar o parto, ela conseguiu manter a gestação até a 38ª semana, um esforço essencial para aumentar as chances de sobrevivência de João.
No dia 19 de janeiro de 2024, João Luiz nasceu forte, mas dependente de cuidados intensivos. Logo nas primeiras horas de vida, foi entubado e mantido sob monitoramento até a cirurgia de correção do coração.
Um nascimento de superação
O procedimento, realizado no terceiro dia de vida de João, foi extremamente complexo e desafiador, durando quatro horas. Os médicos reposicionaram artérias vitais e realizaram ajustes delicados em vasos do tamanho de fios de cabelo. Apesar de prognósticos que indicavam um longo período de internação, João surpreendeu a todos.
“Era para ele ficar com o peito aberto por 36 horas, mas foram apenas quatro. Era para ficar 30 dias na UTI, mas ficou 23”, relata Fernanda, emocionada.
Hoje, prestes a completar um ano, João Luiz é a prova viva de que milagres acontecem. Saudável e sem necessidade de medicamentos, ele vive como qualquer outra criança de sua idade. Apesar de precisar de uma nova cirurgia aos 10 anos, a família mantém a confiança de que ele continuará superando todas as adversidades.
“Meu filho é meu milagre, meu coração valente. Cada etapa foi uma vitória, e ele nos ensinou o verdadeiro significado de força e fé”, finaliza Fernanda.
João após a cirurgia de correção
Fernanda e Juliano com o pequeno João