O outono de 2025 iniciou nesta quinta-feira (20), às 06h02, e trará mudanças para o clima do oeste catarinense, com temperaturas acima da média e chuvas abaixo do normal, de acordo com a EPAGRI/CIRAM. A estiagem prevista para março pode afetar diretamente a agricultura e a pecuária da região, exigindo adaptações por parte dos produtores rurais.
Durante o outono, as temperaturas geralmente caem gradualmente, mas neste ano a previsão indica calor acima da média histórica. Além disso, o volume de chuvas deve ser inferior ao esperado, especialmente na porção oeste do estado. Com a umidade reduzida, há risco aumentado de estiagem prolongada, além da possibilidade de eventos extremos, como temporais com ventos fortes, granizo e descargas elétricas.
A partir de abril, massas de ar frio podem provocar quedas bruscas de temperatura, com chance de geadas nas áreas mais elevadas. Esse cenário exige atenção dos produtores para minimizar possíveis perdas.
Como fica a agricultura?
O déficit hídrico pode beneficiar a colheita de culturas como soja e milho, já que o solo mais seco facilita o uso de maquinário agrícola. No entanto, a falta de chuva pode prejudicar o plantio de trigo, aveia e cevada, que dependem de umidade para germinar adequadamente.
A possível influência do fenômeno La Niña, ainda que de fraca intensidade, pode agravar a escassez de chuvas e impactar a umidade do solo, segundo a Defesa Civil. Diante disso, produtores podem precisar recorrer a irrigação suplementar e ao uso de variedades de plantas mais resistentes à seca.
Desafios para a Pecuária e Produção Leiteira
Na pecuária, a estiagem pode comprometer a qualidade das pastagens, reduzindo a oferta de alimento para os rebanhos. Isso pode exigir suplementação alimentar, aumentando os custos de produção.
A produção leiteira também deve ser afetada, uma vez que a menor disponibilidade de pasto impacta diretamente a produção de leite. Além disso, a alimentação inadequada pode elevar a incidência do Leite Instável Não Ácido (LINA), um problema que compromete a qualidade do leite. Para mitigar esses efeitos, recomenda-se o uso de forrageiras adaptadas ao clima e estratégias de manejo nutricional, de acordo com o artigo de perfil das propriedades e ocorrência de leite instável não ácido da UDESC.
Diante desse cenário, o monitoramento do clima e a adoção de estratégias de manejo serão fundamentais para minimizar impactos e garantir a produtividade no campo. A preparação antecipada pode fazer a diferença para superar os desafios e aproveitar as oportunidades que o outono pode oferecer.