O livro “Leitura e cárcere: (entre) linhas e grades, o leitor preso e a remição de pena”, da professora e pesquisadora Rossaly Beatriz Chioquetta, de Xanxerê (SC), foi entregue ao Papa Leão XIV no Vaticano. A entrega foi feita pessoalmente pelo arcebispo de Chapecó, Dom Odelir José Magri, durante uma audiência especial.

A obra é resultado do trabalho de doutorado de Rossaly pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mostra como a leitura pode contribuir para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade, inclusive permitindo a redução de pena, como prevê a legislação brasileira.

Rossaly visita o Presídio Regional de Xanxerê uma vez por semana, onde realiza atividades de leitura com os detentos. Ela também atua como secretária da Pastoral Carcerária Regional, fortalecendo o contato humano e educativo com os internos.

Além do livro, o Papa também recebeu cartas escritas por detentos, reforçando a importância da escuta, da empatia e da valorização das vozes que muitas vezes são esquecidas pela sociedade.

Segundo Rossaly, a entrega do livro ao Papa representa uma conquista simbólica: “É a prova de que a leitura rompe grades, muros e chega a lugares onde menos se espera. Levar essas vozes ao Vaticano é um gesto de esperança.”

O gesto marca não só o reconhecimento do trabalho da professora, mas também o poder transformador da educação e da leitura no sistema prisional brasileiro.

– Crédito da imagem:  Vatican Media