Na década de 1960, a Rua Independência, em Xanxerê, abrigava uma das construções mais marcantes da cidade: o casarão da família Calleffi, conhecido também como o antigo “Dormitório Familiar”. Situado próximo à antiga Caixa Econômica Federal, o imóvel destacava-se pela imponência e pela presença constante nas memórias da comunidade.

Em frente à residência, uma pequena capelinha enfeitada ganhava destaque durante as celebrações de Corpus Christi. O cenário, registrado em uma das fotos da época, traduz a essência do povo xanxerense: famílias reunidas pela fé, adornando as ruas com tapetes e altares, em demonstrações de devoção e união.

Já em outro registro, feito pelo fotógrafo Ivo Zolet, o casarão aparece com a rua calçada, símbolo do progresso que começava a transformar Xanxerê. Mas o que mais chamava a atenção eram as quatro portas alinhadas na fachada, um detalhe que até hoje desperta curiosidade. Seria um gesto de acolhimento? Uma divisão interna entre famílias? Ou apenas uma escolha estética?

O mistério permanece, e o casarão Calleffi segue como um marco silencioso da transição entre a Xanxerê simples e religiosa dos anos 60 e a cidade em crescimento que se consolidaria nas décadas seguintes.