Uma fotografia de 1950, onde Lídia Ravasio Migliorini aparece ao lado do filho Elonir atravessando o Rio Uruguai na antiga balsa do Porto Goio-Ên, volta a ganhar significado ao relembrar a trajetória das famílias pioneiras que moldaram Xanxerê e todo o Oeste Catarinense. A cena, simples e cotidiana para a época, simboliza o espírito de coragem, trabalho e esperança que sustentou a construção da região.

A balsa do Porto Goio-Ên, responsável por ligar Santa Catarina ao Rio Grande do Sul, foi durante décadas um elo essencial para quem dependia do rio para mover mercadorias, buscar oportunidades ou simplesmente conectar a vida de uma margem à outra. Ali passaram histórias silenciosas, desafios e conquistas que ajudaram a definir o desenvolvimento local.

A travessia de Lídia com o pequeno Elonir, eternizada em imagem, representa mais do que um deslocamento: é um retrato humano de determinação, ternura e da força das raízes que permanecem vivas na memória de quem acredita no valor da história. Um lembrete de que o Oeste Catarinense foi construído por mãos firmes, olhares esperançosos e passos que cruzaram fronteiras, físicas e emocionais, para que novas gerações chegassem até aqui.