No último texto falamos sobre a escola e os professores e dessa vez, por sugestão de leitores, vamos falar sobre o relacionamento entre pais e filhos que ganhou uma “roupagem” nova nessa quarentena.
Antes, as crianças passavam, ao menos, 1 período do dia na escola. Agora, ficam três períodos em casa e continuam cheias de energia, porém, com a rede de contatos sociais reduzida, menos espaço para brincar e com muitas tarefas escolares para serem cumpridas diariamente.
Elas também precisam lidar com alguns sentimentos desconfortáveis, como o tédio, e os pais precisam auxiliá-las para que compreendam o que estão sentindo e aprendam a lidar. De forma saudável, as crianças precisam experimentar sentimentos desconfortáveis e entender que eles fazem parte da vida e do desenvolvimento humano.
Cuidado: quando esses sentimentos são muito intensos, é hora de buscar ajuda para a criança.
É notável a importância dos papais nessa fase, ou seja, a forma como a criança vai lidar depende muito do comportamento dos papais. Devemos ter “pés no chão”, compreender a situação e perceber que ela nos exige muita energia e muita disposição. Então, papais: nada de se exigir de forma extrema, não criem expectativas exageradas e tudo bem se sentir estressado e cansado as vezes.
Ter uma rede de apoio, ou ao menos, uma pessoa de apoio nesse momento é fundamental. Aqui entram as vovós, os vovôs, a titia, o irmão.. qualquer pessoa que possa contribuir e ajudar é bem-vinda. O psicólogo também pode (e deve) fazer parte dessa rede quando necessário.
Ouvi alguns papais relatando o quanto esse tempo tem sido bom para conhecer melhor seu filho, aproveitar mais o tempo com ele e lembrar do quanto a escola é importante. Não vivemos sem nossos professores. Então, que tal aproveitar o tempo com os pequenos e incluir na rotina atividades divertidas?
Esse período é difícil e delicado, mas ele pode ser divertido e muito proveitoso também.
A convivência, de forma geral, nos permite visualizar melhor as características de quem está a nossa volta. Essas características podem ser positivas e negativas, em outras palavras: defeitos e qualidades. Infelizmente, temos o hábito de ver os defeitos ou ver SOMENTE os defeitos.
Fica a sugestão e o convite para que papais utilizem esse tempo para observar seus filhos e percebe-los de forma singular e completa – defeitos e qualidades.
Para ajudar nesse processo segue uma dica: esqueça as respostas prontas que você já tem sobre seu filho e procure nas próximas semanas responder as perguntas abaixo.
O que você mais gosta no seu filho?
O que você menos gosta no seu filho?
O que você pode fazer hoje para contribuir com o desenvolvimento dele?
Quais as qualidades do seu filho?
Quais os defeitos do seu filho?