No vídeo da semana passada falamos sobre resiliência. Resiliência é a capacidade de adaptação positiva frente a situações adversas ou a situações de risco.
Uma pessoa resiliente consegue se adaptar e se recuperar de forma mais saudável frente às adversidades da vida, também, tem mais facilidade em resolver problemas.
A resiliência pode e deve ser desenvolvida nas fases inicias de vida, afinal uma criança resiliente é mais segura, estruturada e utiliza dos fracassos, derrotas e erros como oportunidades de aprendizado. Pais que conseguem desenvolver essa característica nos seus filhos os torna adultos mais tranquilos, tolerantes e com compaixão.
CUIDADO! Ser resiliente não significa não se abalar frente a um problema ou não sentir sentimentos desagradáveis como raiva, tristeza, estresse e ansiedade, mas sim compreender que a vida é feita de ciclos, altos e baixos, e que os problemas fazem parte dela, assim como as quedas, as derrotas e os erros.
Voltando para a resiliência em crianças e adolescentes, basicamente quem irá auxiliar para que eles a desenvolva são os adultos que fazem parte da sua formação, isso é, papais, professores, avôs, avós, cuidadores e demais familiares que estão em contato com a criança.
Mas como?
Primeiramente, é importante compreender que a criança não se tornará resiliente da noite para o dia. Muito pelo contrário, a resiliência é um processo de desenvolvimento e para isso situações adversas são imprescindíveis.
Crianças têm problemas assim como os adultos, mas são problemas de crianças, diferentes dos nossos, mas é por eles que começamos a ensinar a resiliência. Devemos permitir que elas resolvam seus problemas, ensiná-las a resolver e buscar juntos uma solução. Um erro muito grave é sempre resolver tudo para a criança e não permitir que ela entre em contato com os sentimentos desagradáveis.
Podemos e devemos ensiná-los sobre o que sentem, nomear o que sentem e trabalhar sobre esses sentimentos e emoções – sejam eles, agradáveis ou não.
A prática de esportes na infância e adolescência auxilia muito o desenvolvimento, não somente da resiliência, mas de muitas outras habilidades, pois propiciam situações que exigem compreensão (derrotas), treinamento, desenvolvimento, trabalho em equipe, obediência e respeito.
Nós adultos, devemos sempre ter cuidado com a forma como nos relacionamos com as crianças, pois somos responsáveis pelo seu desenvolvimento. Somos seus exemplos e seus heróis.
Para finalizar, compartilho com vocês os fatores que contribuem para a promoção da resiliência em crianças e adolescentes de uma pesquisa feita em 2002 por Ann Masten (professora do Instituto de Desenvolvimento Infantil de Minnesota – EUA) e Marie-Gabrielle Reed (psicóloga clínica, forense, Ph.D.):
- Prevenir abuso ou negligência por meio da educação dos pais;
- Reduzir o consumo de álcool, drogas e tabaco por parte de adolescentes;
- Construir a autoeficácia por intermédio do modelo de ensino;
- Estimular relacionamentos baseados em vínculos seguros entre bebês e pais;
- Dar apoio a tradições culturais que proporcionem às crianças os rituais e as oportunidades adaptativas para estabelecer laços com adultos pró-sociais;
- Estimular amizades de crianças com colegas e amigos pró-sociais em atividades saudáveis, como atividades extracurriculares;
- Ensinar estratégias de enfrentamento eficazes para situações ameaçadoras específicas, como por exemplo, passar por uma cirurgia;
Você deve estar pensando “falar e escrever é muito fácil, quero ver na prática”. Calma, compreendo o quanto a educação de um filho é desafiadora, compreendo também que, como seres humanos, somos passíveis de erros, inclusive na educação dos filhos.
Quero lembrar que é importante para as crianças sentirem que os papais estão por perto incentivando e apoiando em todas as situações. As crianças precisam perceber que mesmo na correria da vida de adultos, vocês se importam verdadeiramente com elas e com as dificuldades que elas enfrentam. Por fim, crianças precisam sentir e perceber afeto e amor por parte de quem as cuida.
Gostou de saber mais sobre resiliência? Dúvidas, dicas e feedback pode me contar no instagram @psic.fabianepadova 😉
Fabiane Padova
Psicóloga clínica – CRP12/16382
(49)9 9999-9339