“São quatro anos que nossa vida é cheia de felicidade ao ver ele chegar e uma agonia, um aperto no coração, quando tem que voltar pro tapetão preto. A incerteza de que tudo vai dar certo, mas com muita fé e proteção divina, graças a Deus sempre cuidando do meu esposo e de todos que […]
“São quatro anos que nossa vida é cheia de felicidade ao ver ele chegar e uma agonia, um aperto no coração, quando tem que voltar pro tapetão preto. A incerteza de que tudo vai dar certo, mas com muita fé e proteção divina, graças a Deus sempre cuidando do meu esposo e de todos que estão nessa profissão”. Este é o relato de Valdeliria Contini, esposa de Renato Oliveira, que há anos se dedica a profissão de caminhoneiro.
Entre os desafios diários e a saudade da família, está o orgulho de quem trabalha no segmento. Ele trabalha para uma empresa de Xaxim que faz o transporte de carnes, frutas ou até mesmo produtos químicos, dependendo da ordem do carregamento.
Hoje (26), ele está na estrada, voltando para casa. Nos últimos dias passou pela Cordilheira dos Andes. Um lugar lindo, mas na mesma proporção perigosa.
– Ele está voltando da Cordilheira dos Andes, está na aduana em São Borja. Quando ele passa por lá a gente fica preocupado, o coração fica congelado de medo. É um lugar maravilhoso, muito lindo, mas é perigoso ao mesmo tempo. Cada vez que sei que ele vai para lá, não vejo a hora dele chegar em casa e ver que está bem, que deu tudo certo com a proteção de Deus – comenta Valdeliria.
Em 2020, ele ficou 20 dias no Uspallata e 12 dias em Pino Hachado, preso devido a nevasca que atingiu a região Chilena. Questionada se ela acompanha o marido nas viagens, comenta que vai, geralmente, no fim do ano, nas férias escolares dos filhos.
– Eu vou só nas férias dos meninos, no final de ano, mas agora com a pandemia não está liberado, aos poucos está voltando. Mas assim que der vou de novo. É apaixonante, tem as dificuldades, mas vale a pena – detalha.
Como esposa, também é difícil. Enquanto o marido está na estrada enfrentando todos os riscos, é ela quem toma conta da casa, dos filhos, e de toda a rotina da família.
– Tenho muito orgulho do meu esposo, e olha que a fama de caminhoneiro “vou te fala viu”… mas sei o esposo que tenho, sua coragem, sua dedicação, seu amor por sua profissão. Todo menino sonha um dia ser caminhoneiro e ele realizou seu sonho. Já fui junto sei que não é fácil, quem tem essa experiência nunca mais esquece e aprende a valorizar seu esforço, sua dedicação – finaliza.
Confira alguns registros das viagens de Renato: