O momento da descoberta de uma gravidez gera inúmeras emoções que se alteram e intensificam de acordo com o passar das semanas gestacionais. Mulheres que se tornarão mães pela primeira vez sentem um misto de realização, expectativas, ansiedades, medos e preocupações.
Socialmente, este é um momento de extrema romantização e visto apenas pelo viés dos sentimentos positivos.
A realidade, porém, é diferente.
Há também um outro lado da maternidade, que pouco é comentado, mas que precisa de atenção, muito carinho e de acolhimento. Esse outro lado é a realidade de muitas mães que se sentem profundamente tristes após o parto e angustiadas diariamente no puerpério. Apesar dessas sensações de angústia serem pouco verbalizadas, elas são naturais nesse período.
Sentimentos de culpa e de vergonha acompanham toda essa angústia e, por isso, muitas mães acabam guardando para si todas essas emoções.
Tornar-se mãe é um processo muito delicado para as mulheres, pois mexe com a própria infância e a forma como foram recebidas no mundo. É uma enorme mudança na vida da mulher. Rotinas, falta de sono, estranheza com o próprio corpo, insegurança de como cuidar de um bebê tão frágil, alterações hormonais, são algumas dessas dificuldades.
Toda mudança gera angústia, mesmo quando são mudanças planejadas e desejadas. É um momento em que a recém mãe necessita de cuidado, apoio e carinho. A psicoterapia é um bom auxílio, pois é um espaço em que ela pode falar sobre tudo sem medo dos julgamentos ou críticas.
Portanto caro leitor, tenha sempre em mente que cada pessoa tem o seu próprio tempo de transformação e que é preciso respeitar a individualidade de cada um. Com o apoio adequado, a nova mãe será capaz de aproveitar os momentos deliciosos que a maternidade pode proporcionar.