O Lance Notícias realizou uma série de entrevistas com moradores de Xanxerê, em homenagem ao aniversário do município.

O entrevistado desta vez foi o escritor e ator Neri Gonçalves de Paula, morador de Xanxerê, onde conta um pouco sobre sua trajetória de vida na cidade.

Neri, iniciou sua vida profissional no teatro em 1979, com o professor Xanxerense Celito Pandolfi, onde realizou diversas apresentações teatrais.

No ano de 1981, o ator mudou-se para Itajaí, para integrar um grupo profissional de teatro, mas que perdurou durante pouco tempo.

Não pretendendo voltar para Xanxerê, visando seguir em busca de seu sonho pelo teatro, mesmo menor de idade na época, mudou-se para Curitiba. Lá atuou em um dos teatros mais famosos do Brasil.

Retornando à Xanxerê, participa de vários momentos culturais, inclusive atuando na 3ª Festa do milho, onde atuou como secretário na FEMI.

Por meio de um convite recebido por uma emissora de televisão de Chapecó na época, acabou mudando-se para a cidade, onde trabalhou como diretor de relações publicas da emissora e também diretor de eventos.

Após um tempo, com oportunidade de emprego na área do cinema em Niterói, no Rio de Janeiro, Neri resolveu desfazer-se de suas estruturas culturais de Chapecó.

Enlutado pela morte dos pais, decidiu permanecer um tempo em Xanxerê, na casa de familiares e, após isso, mudaria-se para o Rio de Janeiro, para dar sequência em eu sonho.

– Neste meu retorno, Xanxerê me acolheu de uma forma inesperada, carente de arte e cultura, que quando percebi, já estava envolvido em diversos projetos – conta.

Neste período começou a escrever seu primeiro livro fora da área do teatro, um livro sobre Onorino Bortoluzzi.

Com vários alunos interessados em fazer aulas de teatro, escreveu mais uma peça, que carrega o nome “Lendas e fatos de Xanxerê”.

Neste período Neri deu início a produção do livro que considera o mais importante e sua vida, “Fotografia, história e memória” de Ivo Zolet, onde relata o trabalho e vida do fotógrafo.

Após o lançamento, vários pedidos e convites foram solicitados ao ator, inclusive um convite para atuar como protagonista em um longa metragem realizada pela companhia de cinema brasileira, onde tem como data prevista de lançamento, dia 24 de abril de 2024.

E foi a partir destas oportunidades, que Neri decidiu permanecer em Xanxerê, pois viu que seria fundamental para a implementação de arte e cultura no município.

E sobre Xanxerê, ele relata com êxito, que é apaixonado pela história.

– Me impressionava quando vinha para a cidade, já que era do interior, me deparava com algumas ruas com calçamento, já que na época a maioria era apenas de chão batido – relata.

Comenta que seu maior lazer quando criança e adolescente, era ir ao cinema, que na época havia em Xanxerê.

– Na época, só Porto Alegre obtia um cinema de tamanha grandeza, onde aos domingos, as filas eram enormes – conta.

Em 1984, o Cineluz, nome que levava o cinema, foi levado pela água por conta de inundações pelas fortes chuvas que ocorreram na época.

– Foi uma grande perda cultural, pois o Cineluz não era apenas uma tela de cinema, vários eventos com participações ilustres eram realizados – diz.

O autor lamenta a perca do espaço, e enfatiza que, seu espaço cultural, onde realiza seus trabalhos, fica aos fundos da fachada do antigo cinema.

O autor já atuou em mais de 160 peças de teatro, escreveu em torno de 50 peças, dirigiu mais de 215 peças e produziu cerca de 16 livros.

Atualmente alguns trabalhos ainda são realizados no espaço cultural La Cave, que Neri administra, como peças de teatro.

O autor enfatiza seu desejo de escrever um livro completo da história de Xanxerê futuramente, onde levará o nome de “Xanxerê, sua história é a flor do tempo em movimento”.