Infelizmente, o racismo persiste no cenário contemporâneo, causando dor e indignação na vida de inúmeras pessoas e de suas famílias, deixando feridas abertas e cicatrizes profundas.

Uma sociedade informatizada, intelectualizada e alfabetizada, como se diz nação brasileira, não pode tolerar manifestações racistas, em pleno século XXI. Atingindo não apenas a população negra, mas também outros grupos sociais. O que vemos, é um desrespeito e falta de amor pelo próximo.

Mesmo que já existem leis que penalizam os infratores de tal crime, o caminho a percorrer ainda é longo para erradicação do problema, exigindo sempre mais efetividade na aplicação da justiça, mas também no âmbito da prevenção, através de uma nova cultura fundamentada na dignidade inviolável de cada pessoa, no respeito às diversas culturas e raças, na convivência fraterna e pacífica. É preciso um esforço permanente e incansável envolvendo a sociedade, as escolas, as universidades e as diversas confissões religiosas, dentre outros.

Além disso, cada um pode contribuir muito para a superação do preconceito racial nos ambientes em que vive, jamais justificando ou reproduzindo atitudes preconceituosas. A resposta à pergunta “até quando” depende também de cada um de nós. Não se pode perder a capacidade de indignação ética diante de manifestações racistas. O desrespeito e a banalização da vida, com as suas várias expressões, não podem ser incorporados ao cotidiano como algo tolerável ou inevitável.

O racismo é desumano! É uma imagem clara da antropologia humana. O não reconhecimento da real dignidade de cada pessoa, por diversos motivos, como a cor da pele, a cultura, a religião ou a condição social, gera desrespeito, discriminação, violações à vida e aos seus direitos fundamentais.

Não são as pessoas ou grupos mais vulneráveis, as vítimas de injustiças e preconceitos, que necessitam de maior atenção e solidariedade. Mas todos àqueles que ainda praticam atos de racismo. Esses sim, precisam de ajuda, urgente.