Em setembro, os consumidores de energia elétrica no Brasil enfrentarão um aumento em suas contas de luz devido à ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 2. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, na noite de sexta-feira, 30, que a bandeira vermelha patamar 2 será implementada pela primeira vez em mais de três anos, desde agosto de 2021.
A decisão é fundamentada na expectativa de que a afluência nos reservatórios das hidrelétricas do país seja aproximadamente 50% abaixo da média. Esse cenário de escassez de chuvas e o aumento das temperaturas médias em todo o país contribuem para a maior utilização de termelétricas, que geram energia a custos mais elevados em comparação às hidrelétricas.
Com a bandeira vermelha patamar 2, o acréscimo na conta de luz será de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. O Custo Marginal da Operação projetado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças foram fatores determinantes para a mudança na bandeira.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reconheceu que avaliações recentes indicam um cenário hídrico desafiador para os próximos meses. O ministério está considerando medidas para lidar com a situação, incluindo a possibilidade de acionar termoelétrica prevista em acordo com a Âmbar Energia, conforme o contrato de 2021.
O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, visa informar os consumidores sobre os custos da geração de energia e atenuar impactos financeiros relacionados a variações na disponibilidade e custo da eletricidade. A mudança de bandeira é acionada por três gatilhos: o Preço de Liquidação de Diferenças ), o nível de risco hidrológico e a geração fora do mérito de custo.