Da pandemia ninguém ficou ileso: uns estão trabalhando em casa, outros perderam o emprego; uns trazem no rosto a marca da máscara, outros gostariam de ter tido mais tempo para usá-la; uns descontam a ansiedade nos alimentos, outros já tentaram o suicídio algumas vezes. Problemas, antes ocultos pela rotina agitada, agora emergem com a mesma força de um vulcão em erupção.
Nos exigem calma, paciência e força para enfrentar os dias difíceis, mas como encontrá-las no meio do caos?
E nesse caos estão nossas crianças, nossos papais e nossos professores e é sobre eles que escrevo hoje.
As crianças tão cheias de energia, criatividade e imaginação, agora precisam se recolher do contato social. Os professores se tornam coadjuvantes do processo ensino aprendizagem e quem rouba a cena são os papais. Parece simples, mas é complexo e delicado.
Papais têm rotina agitada com o trabalho e os cuidados com o lar. Além disso, papais não são dominadores das técnicas de ensino e muitos têm dificuldades com as tarefas dos filhos. As dificuldades multiplicam quando o número de filhos é maior.
Professores precisam utilizar a tecnologia e “se virar nos 30”para passar tarefas, corrigir tarefas e gravar aulas. Um mundo totalmente novo lhes foi apresentado. Os alunos não estão mais em sala, não se pode ter contato visual, perceber quais são as dificuldades de cada um e auxiliar para que cada um desenvolva seu potencial.
Agora é comum que as dúvidas fiquem sem resposta, da mesma forma que o aluno fica sem conteúdo porque não tem acesso a tecnologia.
A vida mudou antes mesmo que todos pudessem se organizar.
A resposta? Bem, a resposta é um convite. Um convite para abaixarmos a guarda e olharmos para nossas dificuldades e defeitos com carinho. É hora de admitirmos que não sabemos tudo e que não podemos controlar tudo e que muitas vezes as tarefas ficarão por fazer e as aulas por assistir e TUDO BEM. Agora é a hora da cooperação e do pedido de ajuda, seja lá quem for a pessoa que pode nos ajudar.
Não devemos nunca nos esquecer de que o nosso melhor pode não ser o ideal, mas é o melhor que podemos fazer então merece ser valorizado.
Parabéns papais e professores.
Fabiane Padova
Psicóloga Clínica
CRP12/16382
Instagram: @psic.fabianepadova
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