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Lance Notícias | 18/10/2020 19:32

18/10/2020 19:32

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Após encostar em fios de alta tensão, jovem conta como “nasceu de novo”

A jovem Josiane Seller pode falar com propriedade que “nasceu de novo”. O fato ocorreu no dia cinco de dezembro de 2019, quando ela foi atingida por uma descarga elétrica e mais de dez mil volts passaram pelo seu corpo. O acidente aconteceu em casa mesmo. – Em uma tarde na sacada do meu apartamento, […]

Após encostar em fios de alta tensão, jovem conta como “nasceu de novo” Fotos: Arquivos Pessoais

A jovem Josiane Seller pode falar com propriedade que “nasceu de novo”. O fato ocorreu no dia cinco de dezembro de 2019, quando ela foi atingida por uma descarga elétrica e mais de dez mil volts passaram pelo seu corpo.

O acidente aconteceu em casa mesmo.

– Em uma tarde na sacada do meu apartamento, em frações de segundos eu encostei um varão de cortina na rede de alta tensão da rua, sabe aquele segundo de descuido?? Então, e a dor? Ela foi inesquecível, perdi totalmente os movimentos dos meus dois braços, fiquei fraca, deitei no chão consciente e meu braço esquerdo pegou fogo! Sim, chama de fogo e eu não conseguia me mexer, quase meus cabelos e o rosto foram queimados. Fui perdendo as forças e graças a Deus eu não estava sozinha, um anjo na minha vida, a Carla, uma amiga e colega de trabalho estava ali é me socorreu – relembra.

Ela foi levada imediatamente ao hospital com 35% do corpo queimado, sendo braços, barriga e coxas.

– Os médicos diziam que eu poderia ficar com muitas sequelas, poderia fazer hemodiálise para o resto da vida, isso se meu rim ou coração não parassem nas próximas horas! Foram muitos gritos de dores, que nem a morfina conseguia diminuir. Queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. Depois da confirmação de que eu estava fora de perigo, fui transferida para um hospital especializado para queimados em Lages SC onde passei cerca de 20 dias internada na sonda, mal conseguia caminhar e nem pegar o celular na mão, pois quase perdi meus dedos. Os primeiros banhos foram terríveis, a base de morfina – conta.

Ela recebeu alta do hospital alguns dias depois, mas a recuperação foi lenta e dolorida. Nenhum movimento era fácil.

– Dependia de alguém para me dar banho, tinha tonturas, dores e ansiedades. Eu não podia vestir roupas e tinha que ficar em repouso (cama). Foram muitos dias de choros, angústias, frustração, perguntas como: Porque comigo? Eu perdi minha autoestima, minha autoconfiança. Mas isso foi temporário. Com todo amor e cuidado da minha mãe, apoio da família e amigos eu tive uma recuperação considerada rápida! Os enfermeiros, nem se fala, eles são anjos. Não quero aqui falar do que perdi, mas sim do que ganhei, ou melhor do que me tornei – detalha.

Quase um ano após o ocorrido, as marcas ainda permanecem, mas muito além da aparência, Josi comenta que as mudanças aconteceram como um giro de 360° em todos os aspectos da sua vida.

– Esse acidente fez ser eu mesma, conhecer a verdadeira Josi. Ganhei uma nova chance de viver e não apenas de sobreviver. Me tornei mais sábia, mais persistente, mais corajosa, forte, com mais amor-próprio e também amor pelo próximo, uma mulher com mais fé e fé inabalável – finaliza.

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