Hanna é seu nome. A Labradora de oito anos, é amiga de quatro patas da xanxerense Cleidi Bertan e há seis anos faz parte da família.

Sempre gorducha, Hanna divertia-se os mimos de petiscos e sachês dados pelos seus donos, como uma forma de retribuir o carinho distribuído por ela. Algo aliás, bastante recorrente entre donos de pets.

Mas, infelizmente há cerca de 15 dias, Hanna precisou entrar em um regime forçado, tudo por causa de um tumor que foi diagnosticado em uma de suas mamas.

– Para ela passear é sinônimo da felicidade plena, tem uma energia invejável, ama crianças, e tem um olhar encantador, que é uma tortura psicológica que quase sempre me levavam a ceder mais um petisco. Porém há alguns anos a Hanna começou a ganhar peso, ela é uma cachorra extremamente ansiosa e muito comilona. Realizamos intervenções durante esse tempo com uso de rações light e a mantê-la mais ativa. Mas isso não foi suficiente. Aqueles “petiscos aparentemente inofensivos” ou aquele pouquinho a mais de ração do que o recomendado, aliados aos labradores terem uma pré disposição a obesidade, complicaram quando há 15 dias descobrimos um tumor de mama nela – contou Cleidi.

Ela conta que dentre as inúmeras informações sobre todo o processo pelo qual a Hanna vai passar, veio a notícia de que o peso dela não permitia que fosse operada de imediato, apesar da necessidade.

– No mesmo dia iniciamos o processo de perda dos cinco quilos. Está passando fome? Claro que sim, mas em 10 dias já tivemos um excelente resultado desse esforço. Com uma ração clínica para obesidade e um ajuste da quantidade, um quilo e meio já eliminados – disse.

Hanna estava pensando cerca de 35,200kg no início da dieta, e precisa chegar as 30kg para realizar a cirurgia de forma segura.

É importante salientar que Hanna tem acompanhamento de um médico veterinário para uso dessa ração, pois conforme Cleidi explica, pode ocorrer a falta de algumas vitaminas nesse tipo de dieta, vitaminas essas que são determinantes para saúde dos cães.

– Além de que cada animal tem necessidades específicas, como no caso da Hanna que passará por um processo cirúrgico – explicou.

O acompanhamento veterinário é feito semanalmente, para checar o peso de Hanna e também suas condições nutricionais, tudo para que ela esteja apta para a retirada do tumor e poder voltar à ativa sem complicações.

O médico veterinário que acompanha Hanna é Luiz Henrique Cereza Abido, que também comentou o caso da obesidade em cães.

– Na maior parte dos casos a obesidade em cães é multifatorial. Os principais fatores envolvidos são genéticos, predisposição racial, doenças endócrinas primárias entre outros fatores exócrinos como a oferta exagerada de alimentos – comentou.

Segundo ele, algumas raças são propensas ao desenvolvimento de obesidade, por isso o acompanhamento veterinário é essencial.

– A conscientização do tutor é o principal fator para o sucesso da terapêutica da obesidade. Em geral os programas de emagrecimento consistem em dietas específicas para a perda de peso, associação correta entre alimentação seca, úmida e petiscos e principalmente, mensurar corretamente a quantidade – explicou.

Dentre as dicas dadas pelo veterinário para os proprietários de cães estão as atividades físicas lúdicas, água limpa e fresca à vontade, fracionar as porções de alimento de acordo com o peso, e em cães mais velhinhos, passeios lentos, calmos e em horários tranquilos do dia.

Quanto à Hanna, Cleidi fala que após o susto, o sentimento é de que tudo ficará logo bem.

– Seja em humanos ou nesses nossos companheiros inseparáveis, essa palavrinha “tumor”, nos desconserta, nos deixa acuados e aí o coração não desaperta mais. Ter veterinários da sua confiança especialmente nesse momento é fundamental – finalizou.