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Lance Notícias | 19/05/2020 07:20

19/05/2020 07:20

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Fiscalização interdita unidade da JBS em Ipumirim por foco de Covid-19

A unidade de aves da JBS em Ipumirim foi interditada na segunda-feira (18/5), após fiscalização da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho de Santa Catarina, órgão vinculado ao Ministério da Economia. De acordo com o chefe da inspeção do trabalho no Estado, Alberto de Souza, a documentação da empresa apontou que funcionários com exame positivo para […]

Fiscalização interdita unidade da JBS em Ipumirim por foco de Covid-19 Foto: divulgação

A unidade de aves da JBS em Ipumirim foi interditada na segunda-feira (18/5), após fiscalização da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho de Santa Catarina, órgão vinculado ao Ministério da Economia. De acordo com o chefe da inspeção do trabalho no Estado, Alberto de Souza, a documentação da empresa apontou que funcionários com exame positivo para a Covid-19 permaneceram na linha de produção por até três dias em contato com trabalhadores do grupo de risco para a doença.

– Um desses trabalhadores sofre de hipertensão. A empresa sabia disso, pois estava no prontuário e ele ficou em atividade até passar mal na empresa por síndrome respiratória e, de lá, foi direto pro hospital, onde ficou 10 dias na UTI – conta Souza.

Segundo ele, a JBS em Ipumirim possui 86 casos de Covid-19 entre seus trabalhadores.

– Esse número representa 2% do total do Estado de SC e 6% do total de empregados, não é algo desprezível – observa o chefe da inspeção do trabalho catarinense. Desses casos, 30 são de funcionários que vivem no município, que contabiliza, ao todo, 45 pessoas diagnosticadas. Os demais são de trabalhadores da empresa que residem em municípios vizinhos.

– Além dela estar contaminando o trabalhador, está disseminando a doença para a cidade onde ela está instalada e para os municípios vizinhos – afirma Souza. A fiscalização também constatou trabalhadores com distância inferior a meio metro na linha de produção e ausência de treinamento para o uso dos equipamentos de proteção, como máscaras.

Tentativa de negociação

A fiscalização foi realizada entre os dias 13 e 15 de maio, mais de uma semana após a empresa ter sido notificada eletronicamente a comprovar efetividade das medidas adotadas para o controle.

– Após a análise prévia da documentação apresentada, tendo sido constatadas várias inconsistências, foi programada inspeção “in loco” no estabelecimento – explica Souza. Segundo ele, ao longo da fiscalização foram propostas diversas medidas de contenção, como o aumento do espaçamento dos funcionários ou a suspensão das atividades por alguns dias, para testagem dos funcionários – o que a JBS teria rejeitado.

– Durante a fiscalização, ficou evidente que a empresa não demonstrou disponibilidade alguma para implementar melhorias para a segurança dos trabalhadores, configurando
quadro de grave e iminente risco. Por isso, não poderíamos agir de outra forma a não ser interditar a empresa. Sabemos que não é o desejado e nem o adequado. Nós procuramos construir consensos, na maioria dos casos nós conseguimos, mas infelizmente não restou outra alternativa – lamenta o chefe da inspeção do trabalho.

Medidas judiciais

Em nota, a JBS afirma que “tem como objetivo prioritário a saúde dos seus colaboradores e adota um rígido protocolo de prevenção contra a Covid-19 em suas unidades”. “Mediante os protocolos e medidas de prevenção já implantadas, a JBS reitera que suas operações seguem os mais elevados padrões de segurança para o setor frigorífico e refuta qualquer orientação em contrário bem como as medidas injustificáveis para suspensão das suas atividades, razão pela qual a empresa irá tomar as medidas judiciais cabíveis para retomada das suas operações em Ipumirim”, afirma a empresa.

A unidade de Ipumirim é o segundo frigorífico da JBS interditado por tempo indeterminado no país. A empresa está fechada desde o dia 24 de abril, quando uma liminar judicial proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) impôs a suspensão das atividades. A empresa chegou a obter decisão favorável na  2ª Vara do Trabalho de Passo Fundo, autorizando sua reabertura no dia 9 de maio, mas no dia 8 o MPT conseguiu restabelecer a interdição do frigorífico junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS).

 Informações Globo Rural

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