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Lance Notícias | 26/03/2020 07:28

26/03/2020 07:28

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Intercambistas de Xanxerê cumprem distanciamento social em Portugal e na Espanha

Quatro estudantes Câmpus Xanxerê cumprem medidas de distanciamento social em países da Europa. Eles embarcaram há pelo menos 10 dias para participar do Programa de Intercâmbio do IFSC, o Propicie, e as passagens de volta estão marcadas para junho. Os estudantes de Engenharia Mecânica Jhou Maik Trampusch e João Pedro Müller moram juntos em Porto, Portugal. Também […]

Quatro estudantes Câmpus Xanxerê cumprem medidas de distanciamento social em países da Europa. Eles embarcaram há pelo menos 10 dias para participar do Programa de Intercâmbio do IFSC, o Propicie, e as passagens de volta estão marcadas para junho.

Os estudantes de Engenharia Mecânica Jhou Maik Trampusch e João Pedro Müller moram juntos em Porto, Portugal. Também está na cidade, morando em uma casa de estudantes, a aluna do técnico integrado em informática Clara Pithon da Silva. E, o quarto aluno, Daniel Baraldi, está em Bilbao, na Espanha.

Os alunos participaram das etapas do edital do Propicie no segundo semestre de 2019, foram aprovados, e embarcaram para desenvolver projetos de pesquisa em universidades da Europa. Alguns dias após chegarem aos destinos, foram surpreendidos com o aumento dos casos de coronavírus e com decretos presidenciais focados no distanciamento social. Nos últimos dias, todos estão dentro de casa, com a mesma visão da janela: ruas vazias.

Em Portugal, Clara Pithon da Silva participa do projeto The Route, sobre rotas turísticas. Com o decreto de estado de emergência, publicado na quarta (18) pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, Clara não tem alternativa: está dentro de casa, aguardando pelas atividades que desenvolverá de forma remota. Até esta sexta (20), o governo português havia confirmado 1.020 casos de infectados e seis mortes.

Clara cumpre o distanciamento social em uma casa de estudantes, onde alugou um quarto. No mesmo local estão seis brasileiros, sendo quatro estudantes de outros câmpus do IFSC.

– Saímos apenas uma vez para ir ao mercado, que está com falta de alguns alimentos e produtos de limpeza. Também estão fechando mais cedo e em alguns estabelecimentos só estão permitindo a entrada de uma pessoa por vez – relata.

Com aeroportos fechados e/ou lotados, o retorno de Clara continua agendado para 4 de junho.

– O IFSC nos orientou a voltar para o Brasil, porém está difícil encontrar passagens, principalmente saindo aqui do Porto, pois teria que ir até Lisboa. Por isso, eu e meus pais achamos melhor esperar mais alguns dias até tomar uma decisão. Está tudo muito incerto, vários voos sendo cancelados e não consegui remarcar a minha passagem de volta –diz.

João Pedro Müller também está com passagem agendada para junho e, por enquanto, não pensa em voltar antes.

– Cheguei a pensar, mas devido ao gasto, a dificuldade de retorno e a possível perda da oportunidade decidiram ficar – afirma. Mesmo diante da decisão de ficar em Portugal por enquanto, o estudante participa a distância do projeto “OP – Produção Otimizada”.

Na mesma casa, mora o colega de Engenharia Mecânica Jhou Mail Trampusch, que desenvolve também a distância um projeto de gestão e simulação de redes elétricas e edifícios inteligentes.

– Estou na fase de pesquisa sobre o tema, mais concentrado no conforto térmico do edifício inteligente e nos softwares existentes para simular os fluxos de ar em espaços fechados –detalha o estudante.

O retorno dele também está incerto, já que a passagem de volta está marcada para daqui a dois meses e meio.

– Não pretendo adiantar e nem adiar a volta, visto que os orientadores concordaram que é produtivo e sensato eu permanecer o desenvolvimento do trabalho por aqui mesmo, mesmo que a distância inicialmente – afirma.

Em relação ao clima na cidade portuguesa, João Pedro e Jhou Maik contam que o medo é constante, por isso existem menos pessoas nas ruas, os supermercados e lojas estão com horários especiais de atendimento, os ônibus são gratuitos, para não haver contato com o motorista, e tanto os ônibus quanto os trens e metrôs têm horários diferentes do habitual.

O estudante Daniel Baraldi também está na mesma situação que os outros três intercambistas: dentro de casa. Mas, no caso dele, em Bilbao, no norte da Espanha. O estudante viajou para participar da concepção e projeto de uma mini turbina em condutos de irrigação. Em meio às atividades do intercâmbio realizadas de forma online, sai de casa apenas para ir ao mercado e levar o lixo.

– Moro com uma senhora que não saiu mais de casa, em razão da idade e do medo. Então, vou quando é necessário, mas evito mercados muito cheios e não toco com as mãos em corrimãos ou maçanetas – detalha.

Com passagem de volta apenas para 6 de junho, aguarda a normalização das companhias aéreas.

– Aqui o governo está tomando medidas bastante diretas, restringindo a circulação das pessoas para ir ao mercado, farmácia e necessidades básicas (tirar o lixo e levar o cachorro fazer as necessidades). Fora isso, qualquer movimentação está sujeita a repreensão da polícia e também sujeito a multa – relata. Nesta sexta (20), a mídia noticiava em torno de 20 mil casos e mais de 1 mil mortes em razão do coronavírus na Espanha.

Intercambistas do IFSC antes do distanciamento social: Daniel (fundo), Lucas, Natália e Charles

 

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