Ela é uma das presas por fraude de R$ 30 milhões
Uma advogada de Xanxerê está entre os 13 presos pela Operação Entre Lobos, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) na última terça-feira (22). A investigação revela um esquema de fraudes bancárias que teria desviado milhões de reais de idosos, aposentados e pessoas em situação de vulnerabilidade em diversos estados do país. Só em Santa Catarina, sete pessoas foram presas — entre elas também um vereador e outros advogados.
As prisões ocorreram em cidades de Santa Catarina, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas. Em SC, dois advogados foram presos preventivamente em Chapecó; uma advogada foi detida temporariamente em Xanxerê; e um advogado que atua como vereador em Xaxim também teve prisão preventiva decretada. Além deles, uma mulher foi presa em Pinhalzinho, outra em Itapiranga e uma em Irineópolis.
O esquema foi descoberto após vítimas procurarem a Promotoria de Justiça de Modelo, no Oeste catarinense. A investigação identificou dois escritórios de advocacia com nomes de fachada, mais de 200 vítimas e R$ 30 milhões bloqueados pela Justiça. A organização criminosa atua desde o final de 2022.
Segundo o Gaeco, os criminosos abordavam vítimas em casa oferecendo falsas revisões de contratos bancários. Após assinarem documentos, os idosos eram procurados novamente apenas quando o processo judicial já estava na fase final — ou até mesmo com sentença. Nessa fase, os golpistas ofereciam quantias entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil em troca da cessão de créditos que muitas vezes superavam R$ 100 mil.
A OAB/SC informou que acompanhou as diligências desde o início, a pedido da autoridade policial, e segue monitorando os desdobramentos da operação. Os relatórios da investigação serão avaliados pelo setor de Ética, que poderá aplicar medidas disciplinares, como a suspensão do exercício profissional. A entidade lamentou o envolvimento de advogados no caso e reforçou o compromisso com a ética profissional.
A OAB de Chapecó, por meio do presidente Guilherme de Oliveira Matos, também acompanha a situação e poderá abrir processo disciplinar, dependendo do resultado da apuração.
A Câmara de Vereadores de Xaxim informou que não se manifestará sobre o caso, pois não há ligação direta com o mandato. No entanto, confirmou que o vereador investigado solicitou licença do cargo.
A Operação Entre Lobos continua em andamento com análise de documentos, coleta de depoimentos e aprofundamento das investigações.
FONTE: ND+