Matemática, português, história, geografia. Esses são temas comuns no ambiente escolar. Porém, nesta semana, os alunos do segundo ano do ensino médio da Escola de Educação Básica Professor Anacleto Damiani, em Abelardo Luz, receberam a visita da Promotora de Justiça Ana Maria Horn Vieira Carvalho para falar de um assunto mais sério e delicado: o combate à violência doméstica e contra a mulher. Na palestra, que faz parte da programação do Agosto Lilás, a Promotora de […]
Matemática, português, história, geografia. Esses são temas comuns no ambiente escolar. Porém, nesta semana, os alunos do segundo ano do ensino médio da Escola de Educação Básica Professor Anacleto Damiani, em Abelardo Luz, receberam a visita da Promotora de Justiça Ana Maria Horn Vieira Carvalho para falar de um assunto mais sério e delicado: o combate à violência doméstica e contra a mulher.
Na palestra, que faz parte da programação do Agosto Lilás, a Promotora de Justiça apresentou a campanha “Oi, meu nome é Maria”, promovida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O objetivo da ação foi estimular o debate e conscientizar os estudantes sobre a definição de violência doméstica e da violência contra mulher, além de apresentar os meios de enfrentamento.
— A ideia foi trazer para os adolescentes o conhecimento sobre esse assunto tão importante. O intuito é que eles se sintam preparados para auxiliar de alguma forma possíveis vítimas de violência doméstica que fazem parte do seu círculo social ou familiar. Ainda, que com o conhecimento adquirido, no futuro, eles não sejam nem vítimas nem agressores — ressalta.
A diretora da escola, Adionara Waldhauer, acredita que o debate sobre o assunto é crucial para a conscientização dos alunos e para abrir portas para o diálogo dentro da escola.
— A violência contra a mulher é um assunto pouquíssimo abordado dentro do ambiente escolar e sabemos da importância do conhecimento para os alunos desses temas transversais, que vão além das disciplinas — expõe.
O que alunos pensam sobre o assunto?
A estudante Mayse Vitória de Moura, de 16 anos, afirma que a palestra foi importante para trazer mais esclarecimentos e auxiliar na conscientização de todos.
— É considerado um tema polêmico e sabemos que os professores não têm muito essa liberdade de poder falar conosco. Porém, é muito importante esse debate, porque a violência contra a mulher é uma realidade de quase todas nós. A maioria já passou por alguma situação de desconforto, o medo de sair sozinha na rua à noite, por exemplo — afirma.
Já a adolescente Nayra Batista da Fonseca, de 16 anos, salienta que o esclarecimento sobre a violência contra a mulher é necessário porque há muitas meninas que nessa idade já estão entrando em um relacionamento.
— Às vezes, elas sofrem violência psicológica, violência doméstica, e têm medo de falar, porque acham que a vida delas depende só daquela pessoa. Elas não falam, se aprisionam, ficam com medo. Então, é importante trazer esse tema na escola, porque assim pode ser que algumas se sintam mais confortáveis de fazer uma denúncia ou até mesmo conversar com alguém sobre isso — salienta.
Para o aluno Lucas Narciso Pereira, que também é presidente do grêmio estudantil da Escola de Educação Básica Professor Anacleto Damiani, o tema deveria ser abordado mais vezes no ambiente de ensino.
— Porque, muitas vezes, as pessoas acreditam que só se deva tratar das disciplinas curriculares na escola, sem pensar em assuntos que afetam a sociedade. Acredito que esses temas são muito importantes, porque é na formação, nos ensinos fundamental e médio, que nós crescemos aprendendo o que é certo e o que é errado. Acredito que todo mundo deveria ter direito e acesso a informações acerca da importância desse assunto e como prevenir, denunciar e ajudar pessoas que passam por essa situação — disse.