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Gabriella Narcizo | 27/03/2025 14:37

27/03/2025 14:37

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Campina da Cascavel e a lenda do Cacique: A magia por trás de Xanxerê

A cidade que guarda a memória de uma promessa feita em noite de lua cheia

Em meio às tradições orais da região, uma lenda indígena ajuda a explicar o nome e o simbolismo que envolve a cidade de Xanxerê. Transmitida por gerações, a história do Cacique Kaingang e da “Campina da Cascavel” mistura elementos da cultura ancestral com traços místicos, reforçando o vínculo simbólico entre o território e o milho, principal referência agrícola local.

De acordo com a lenda, em tempos de grande seca, um líder Kaingang teria feito um pacto com uma campina mágica guardada por cobras. Em uma noite de lua cheia, ele ofereceu a própria alma em troca de terras férteis que garantissem a sobrevivência de sua tribo. Como resposta ao pedido, surgiram fontes de água e campos de milho, única cultura que passou a crescer ali desde então.

O nome “Xanxerê” teria origem na língua Kaingang e significaria “campina da cascavel”. Ainda segundo a tradição popular, nas noites de lua cheia, esse campo teria o poder de realizar desejos profundos, exigindo sempre algo em retribuição.

Hoje, a lenda é parte do imaginário local e ressurge com força especialmente durante o aniversário da cidade. Moradores relatam que, nessas datas, é possível ver uma luz branca no céu e ouvir sons semelhantes ao chocalho de cobras, como se o espírito do Cacique ainda vigiasse a campina mágica.

Embora sem comprovação histórica, o relato é considerado um dos mitos fundadores de Xanxerê e ajuda a preservar a memória da cultura indígena e sua relação com a terra e os ciclos da natureza.

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