Em 1º de agosto de 1950, Xanxerê, então uma vila simples cercada por campos e matas, recebeu seu primeiro padre residente: Josef Junkersfeld, conhecido carinhosamente como Padre “Né”. Vindo da Alemanha pós-guerra, onde enfrentou a Gestapo e encarceramento nazista, o sacerdote chegou ao Oeste catarinense com coragem e fé, acompanhado de sua mãe, Dona Sofia.

Padre Josef trouxe à região não apenas a presença da Igreja Católica, mas também um exemplo de coragem moral. Enfrentou a imoralidade local, denunciou abusos e combateu práticas que considerava contrárias à doutrina, assumindo uma postura firme mesmo diante de ameaças de morte. Sua passagem por Xanxerê, porém, foi breve: em 1953, precisou deixar a cidade, deixando o legado de sua coragem e fé.

A missão de consolidar a paróquia e dar continuidade ao trabalho foi assumida pelo Padre Luiz Heinen, que dedicou-se à formação de uma comunidade católica estruturada, garantindo que a presença da Igreja se fortalecesse no cotidiano dos moradores.

A chegada de Padre Josef Junkersfeld e os primeiros passos da Igreja Católica em Xanxerê não se resumem a eventos históricos. Representam o início de uma trajetória marcada por virtudes, vocações e valores que moldaram o caráter da comunidade e deixaram raízes profundas na fé e na cultura local.