Para enfrentar problema, órgão sugere que população disponha de ‘um plano de emergência’

Segunda região mais sujeita a desastres naturais do planeta, Santa Catarina deve se preparar para a maior ocorrência de chuvas intensas, raios, queda de granizo e tornados, com a iminente chegada do verão. O alerta foi lançado, nesta quarta-feira (6), pelo coordenador regional da Defesa Civil, Luciano Peri, ao admitir que o estado, depois dos EUA, é o mais vulnerável a fenômenos climáticos radicais como os citados.

Ao lembrar que, somente no mês passado, foram registrados seis eventos de tornados em Santa Catarina, Peri revelou que o estado de alerta, deflagrado nessa quarta-feira (6), deve se estender, ao menos, até amanhã (7), sobretudo após a intensificação de tempestades e raios intensos, já no início deste mês.

“A partir de hoje à noite e madrugada de quarta, aumentamos para o nível de atenção, onde as estruturas de defesa civil já estão trabalhando nesse processo, de preparação para possíveis impactos que podem acontecer. Desde setembro, a instabilidade climática já produziu impactos em 80% dos municípios da nossa regional de defesa civil, o que demandou que se decretasse situação de emergência”, explica o coordenador.

Estrutura de resposta – Ante a essas ameaças naturais, Peri recomenda que a população acompanhe sistematicamente os alertas meteorológicos da Defesa Civil (emitidos com uma antecedência que pode variar de cinco dias, três dias, 24 horas e a cada hora), que orienta a população a criar um plano de emergência familiar, que consiste em dispor, a mão, dos números do Corpo de Bombeiros (193), que possui uma estrutura de resposta apropriada para ações de resgate, socorro, salvamento, para casos de desastres naturais. Em segundo plano, podem ser acionados os números da Defesa Civil (199) e da Polícia Militar (190).

Ainda sobre o plano de emergência, o coordenador sugere que as famílias já saibam, com antecedência, quais são as rotas de fuga pré-existentes, para saída imediata das residências, na direção dos pontos de encontro e de abrigo de seu bairro, previamente estabelecidos. Por fim, o defensor civil considera relevante a montagem do que chamou ‘kit de emergência’, composto por documentos básicos, remédios de uso contínuo, principalmente. “São informações simples, mas que fazem muita diferença na situação de desastres”, pontua.

Combinação imprevisível – Para as próximas horas, o coordenador da Defesa Civil prevê risco moderado de pancadas de chuva, trovoadas, pancadas isoladas e até chuva de granizo, mediante a aproximação de uma frente fria, que deve se deparar com um clima de calor intenso e umidade vinda da Amazônia. Dessa combinação imprevisível, é factível a ocorrência de destelhamento de casas e danos à rede elétrica, em especial, no turno da noite.

Em decorrência da alternância da ação contínua dos fenômenos El Niño (chuvas) e da La Niña (seca), Peri estima que, desde maio de 2019 até janeiro deste ano, foi registrada uma precipitação superior a 500 milímetros (mm) de chuva.