Há mais de 100 anos, Xanxerê era uma terra cheia de matas e rios, habitada pelos povos indígenas Kaingang e Guarani. Poucas pessoas conheciam a região, mas alguns exploradores e fazendeiros começaram a se interessar por essas terras. Entre eles, estava José Bernardino Bormann, um militar que recebeu a missão de organizar e proteger o território.
Em 1880, ele foi escolhido para ser o primeiro diretor da Colônia Militar de Xanxerê. Seu trabalho era instalar um posto militar para garantir que as terras pertencessem ao Brasil, já que a Argentina também queria aquela área. Mas a situação era complicada. Décadas antes, o governo brasileiro já tinha tentado criar colônias militares em Chapecó e Chopin, mas os argentinos não aceitaram, e as negociações demoraram anos.
Somente em 14 de março de 1882, Bormann conseguiu instalar a colônia militar. Ele ficou no cargo por 17 anos, ajudando a organizar a região e garantindo a presença do governo. Mas, com o tempo, a colônia perdeu importância e, em 1890, passou a fazer parte do Paraná, sendo chamada de Distrito de Generozópolis.
Isso causou um grande problema entre Paraná e Santa Catarina, e os dois estados brigaram na Justiça para decidir a quem aquela terra pertencia. Santa Catarina venceu, mas havia risco de conflito, então o presidente do Brasil, Wenceslau Braz, ajudou a resolver a situação. Em 1917, a região foi oficialmente integrada a Santa Catarina, e novos municípios foram criados, como Chapecó.
José Bernardino Bormann, que depois se tornou Marechal, faleceu no Rio de Janeiro. Seu trabalho ajudou a organizar o Oeste Catarinense, uma região que, anos depois, recebeu imigrantes portugueses, alemães, italianos e de outros países, formando a cultura local que existe até hoje.