No dia 2 de outubro, a professora Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset, doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conduziu uma roda de conversa no presídio de Xanxerê, Santa Catarina. O encontro teve como tema seu livro recém-lançado, “Leitura e cárcere – (entre) linhas e grades, o leitor preso e a remição de pena”, publicado pela editora Appris.
A roda de conversa contou com a participação de dez detentos e do diretor do presídio, Tiaraju Luiz da Rosa Lazari. Durante o evento, a professora doou exemplares do livro para a biblioteca da unidade prisional. Rossaly Beatriz comentou que o diálogo foi significativo e que os presos expressaram apreço pela oportunidade de compartilhar suas experiências. Um dos detentos se emocionou ao falar sobre a importância da humanização no ambiente prisional.
O diretor Tiaraju Lazari destacou a importância da Lei de Execuções Penais, que enfatiza a responsabilidade de proporcionar condições para a integração social dos presos. Ele mencionou que a ressocialização deve ser baseada em três pilares: Deus, Educação e Trabalho. Lazari ressaltou que o livro de Rossaly representa um esforço do estado de Santa Catarina para transformar a vida dos detentos, permitindo a participação da sociedade civil nessa missão.
Um dos presos, identificado como L.A., compartilhou sua perspectiva sobre a leitura no contexto carcerário, afirmando que ela não apenas auxilia na redução da pena, mas também oferece alívio mental e emocional. Ele destacou que, embora esteja fisicamente preso, a leitura permite que ele explore novos mundos e sinta uma sensação de liberdade.
O livro “Leitura e Cárcere” documenta a experiência de Rossaly Beatriz em um projeto de leitura voltado para a remição de pena no presídio de Xanxerê, resultado de sua pesquisa de doutorado. A obra também discute as condições de leitura no cárcere e os desafios que o Brasil enfrenta para avançar na remição de pena por meio da leitura.