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Lance Notícias | 06/09/2023 09:06

06/09/2023 09:06

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Dia do Alfaiate: a jornada de Neuri Testa no mundo da moda

Hoje, 6 de setembro, comemora-se uma das profissões mais antigas do mundo: a do alfaiate. Esses profissionais são especialistas em criar, costurar ou reformar roupas de forma artesanal. Os alfaiates costumavam operar em seus próprios ateliês, realizando a confecção artesanal de roupas ou realizando reparos e ajustes em vestimentas. No entanto, esta profissão está se […]

Dia do Alfaiate: a jornada de Neuri Testa no mundo da moda

Hoje, 6 de setembro, comemora-se uma das profissões mais antigas do mundo: a do alfaiate. Esses profissionais são especialistas em criar, costurar ou reformar roupas de forma artesanal.

Os alfaiates costumavam operar em seus próprios ateliês, realizando a confecção artesanal de roupas ou realizando reparos e ajustes em vestimentas. No entanto, esta profissão está se tornando cada vez mais rara.

Em entrevista ao Grupo Lance Notícias, o talentoso alfaiate Neuri Testa conta sua história.

Em 1981, Neuri começou sua carreira como aprendiz de alfaiate na cidade de Xavantina. Ainda muito jovem, com apenas 14 anos de idade, Neuri auxiliava o trabalho de seu mentor, o senhor Bruno Provensi, e buscava se aperfeiçoar influenciado por essa pessoa que tanto admirava. Bruno, com muita paciência, ensinou-lhe todas as técnicas, moldando Neuri, que hoje é um grande profissional.

Quando se mudou para Xanxerê, ele continuou trabalhando em um ateliê e, posteriormente, tornou-se costureiro da Renner. No entanto, eventualmente, Neuri decidiu seguir seu próprio caminho na área da costura. Começou com moda festa, confeccionando vestidos para os bailes de debutantes. Posteriormente, passou a fazer uniformes, customização de roupas, ternos e paletós. Na época, ele acompanhava o que estava em alta nas revistas, e com o hábito da leitura, Neuri sempre se manteve atualizado nas tendências da moda e nas mudanças na indústria têxtil.

Com a experiência adquirida ao longo dos anos e a busca por acertar, Neuri se diferencia e mantém uma carreira sólida.

— Não possuo curso nem especialização. Fui desenvolvendo habilidades e técnicas ao longo dos anos por meio do aprendizado profissional, errando e acertando até conseguir fazer o que havia proposto — conta.

Como em toda profissão, Neuri passou por altos e baixos. Ele relata que algumas portas se fecharam, mas manter seus clientes fiéis contribuiu para o sucesso.

— Acredito que a pandemia foi um dos piores momentos, pois todos os eventos cessaram. Então, precisei me reinventar. Junto com uma equipe, começamos a confeccionar máscaras e jalecos para o Hospital São Paulo de forma voluntária e, em seguida, para o público em geral. Mas foi um período de muitos medos, pois a costura é o sustento da minha família — relembra.

Neuri tem um olhar único e pessoal para cada cliente. Ele busca atender ao gosto do cliente, mas também direcioná-lo para o que fica bem de acordo com o biotipo da pessoa.

— Nem tudo que está na moda combina com todos os tipos de corpo — explica.

Com tantos anos de carreira e o legado de não produzir em massa, mas sim oferecer um trabalho personalizado, Neuri relembra histórias e pedidos incomuns que alguns clientes traziam. Um exemplo foram as roupas usadas pelos integrantes da Banda Marujo e Cogumelo, que eram modelos diferenciados e aguardavam com grande expectativa a produção e o cumprimento dos prazos.

Neuri deixa uma mensagem para as futuras gerações de alfaiates e amantes da moda.

— Mesmo diante da industrialização, haverá sempre espaço para o trabalho manual e personalizado, desde que seja feito com qualidade. Além disso, é uma excelente carreira profissional, e se houver amor na realização, torna-se gratificante confeccionar cada peça — finaliza.

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