Lance Notícias | 06/10/2022 09:01

06/10/2022 09:01

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Dia do Prefeito: conheça a história de Oscar Martarello

O dia 06 de outubro é lembrado como o Dia do Prefeito e o Lance Notícias conversou com Oscar Martarello para contar sobre a sua história. Da vida humilde, ele conta que chegou a passar fome, enfrentou muitas dificuldades até se tornar o empresário respeitado que é hoje. O motivo de ter entrado na vida […]

Dia do Prefeito: conheça a história de Oscar Martarello

O dia 06 de outubro é lembrado como o Dia do Prefeito e o Lance Notícias conversou com Oscar Martarello para contar sobre a sua história. Da vida humilde, ele conta que chegou a passar fome, enfrentou muitas dificuldades até se tornar o empresário respeitado que é hoje. O motivo de ter entrado na vida política, ele também nos conta, acompanhe no decorrer dessa história.

Oscar nasceu em Xanxerê e cresceu na comunidade de Toldo Velho, no interior, entre Xanxerê e Abelardo Luz e viveu no local até os 15 anos. Conta com seis irmãos, dois falecidos por não terem sido atendidos na área da saúde, não terem feito os exames de prevenção. Eram mais novos que Oscar e morreram de câncer. Ainda na adolescência saiu de casa para estudar:

– Com 15 anos eu fui no Center Hotel trabalhar, trabalhava na portaria e eu não tinha salário, era pelo alojamento e pela comida. De manhã eu estudava. E, hoje em dia não se percebe quem é do interior e quem é da cidade, mas na época sim. Eu tinha muito sotaque, falava errado, eu conheci a energia elétrica com 12 anos, no colégio não conseguia ler, meus colegas riam de mim. Fiquei dois anos e meio no Center Hotel. Com meu dinheiro comprei uma pasta de sapato, uma escova e quando os hospedes vinham, eu levava pro meu quarto, não fazia ali na frente pois tinha vergonha na época, hoje em dia eu conto com orgulho – comenta.

Dois anos e meio depois, ele saiu deste trabalho e foi para a rádio Difusora, onde passou sua maior dificuldade, pois ainda estudava. Nesta época, além de pagar aluguel, precisava pagar a mensalidade da escola.

– Eu fui um dos primeiros a ter carteira assinada na Rádio Super Difusora e trabalhei quatro anos lá, entre idas e vindas, em um momento eu voltei lá para a casa dos meus pais, por que ali eu passei fome, literalmente. O salário não dava para pagar o colégio La Salle, mais o aluguel, meu pai me ajudava um pouco, mas vinha de uma família bem humilde, eu sou o filho mais novo de seis. Teve vez, que eu comia banana com bolacha, me recordo que um dia a fome era tanta que tive que comer a casca para matar a fome. Não é sensacionalismo, era uma fase bem difícil que passamos. Quando voltei com os meus pais, casei com a Vânia em 1987 – recorda.

 

Oscar, já casado, ficou um período na casa dos pais, mas optou por voltar para a cidade em busca de melhores condições:

– Depois, eu voltei para Xanxerê e trabalhei como servente de pedreiro, fazia “bico”, ela começou a vender perfume para me ajudar. Depois a Vânia pega uma cantina no Costa e Silva e nós fazíamos pastel. E eu consegui trabalho na Ford, de dia trabalhava na empresa, a noite fazia pastel em casa para a Vânia vender na escola e com mais um dinheiro que o meu pai nos deu, conseguimos comprar umas madeiras e construir a nossa primeira casinha, lá perto da AABB, na rua Celestino do Nascimento, tivemos o nosso lar. Por isso que hoje tenho um olhar muito especial com quem tem o sonho de ter a própria casa, foi uma dificuldade muito grande para mim – conta.

Na casa própria e com emprego, Oscar estava numa fase estável na sua vida. Foi quando, a convite do seu cunhado, entrou no mundo do empreendedorismo:

– Quatro anos depois, na época que muitas empresas quebraram, Color de Mello confiscou o dinheiro na poupança e eu tinha meus cunhados que tinham uma metalúrgica e eles também quebraram, foram embora. Eles tinham contraído um financiamento, que ficou preso e o mais novo, que tinha 21 anos (eu tinha 27), me convidou para montarmos a nossa metalúrgica. Mas, olha só, essa é a parte mais importante: na Ford, eu trabalhava aqui perto da Caixa, mas abriu a nova lá em cima, perto da BR-282, lá era a Ford Caminhões e me falaram para eu ir no lugar do gerente de serviços, mas não me deram o título de gerente e eu ganhava uma comissão. Mas, até então, eu nunca tinha ganhado mais que um salário e meio na minha vida, fomos lá e eu comecei a ligar para todo mundo que tinha caminhões e nós dobramos o faturamento e o meu salário sai de um e meio para cinco, seis salários. Nisso, o meu cunhado me fez essa proposta e eu avisei na Ford que ia sair, me chamaram de louco por sair com o salário que tinha – recorda.

Falam que o início de quem começa a empreender nunca é fácil, Oscar pode comprovar que realmente não é. Ao sair da empresa onde trabalhava comprou um carro e começaram então a fazer os trabalhos. Mas, era um período difícil, eles não tinham dinheiro e Oscar arriscou mais uma vez, colocando o seu único bem em risco: sua casa!

– Comprei uma Brasília e começamos a fazer porta e janela. A Brasília tinha o bagageiro que era para levar os equipamentos, os produtos e ficamos dois, três anos com muita dificuldade. Não andava, ninguém dava dinheiro adiantado para nós comprar o aço, a empresa não dava crédito, foi quando vendi minha casa, e coloquei o dinheiro na empresa, compramos um estoque grande e daí sim, começou a andar. Fomos fazendo estrutura metálica, começamos a vender ferro, comprar terreno fora, compramos guindaste, máquinas e se passaram 30 anos, até hoje nenhum ano a gente não cresceu. Com crise ou sem crise, Lula, Bolsonaro, Michel Temer, todos os anos nós crescemos – fala, com orgulho.

Há cerca de 15 anos ele e o cunhado separam a sociedade, o cunhado ficando com estruturas metálicas e Martarello compra e venda de aço.

 

Vida Política

Já no auge do seu sucesso, estabilidade financeira, filhos adultos e bem encaminhados na vida, Oscar mais uma vez foi se aventurar, mas agora no meio político.

– Há pelo menos uns 12 anos chega eleição é aquela dor de barriga. Toda vez vai gente insistir, dizendo que tinha que ser eu. Mas, o momento foi quando eu estava voltando o Rio de Janeiro, eu e a minha esposa, e nós conversando, vendo o cenário de Xanxerê pensamos “puxa vida, olha a nossa história, saímos abaixo da linha da pobreza e olha onde nós chegamos, somos muito privilegiados. O universo nos deu uma vida maravilhosa, será que não é o momento de começarmos a retribuir?”. Bom, começamos a analisar a situação e a listar nossas condições, que são elas: sem salário, tolerância zero, não pode ter nenhum desvio, nada; política não manda, políticos participam de discussões, determinar um secretário não; fomos pontuando e ela concordou comigo, sempre foi a minha parceira e começamos a conversar. Primeiro, dentro da família, falamos com nossos filhos, depois dentro do partido, conversamos, falei com o Bruno Bortoluzzi, Péricles, se eles concordavam e depois com outros partidos, mas sempre falando esses pontos. Nosso objetivo é melhorar Xanxerê, fatiar a prefeitura para cada um não, e foi isso que aconteceu. Hoje, todos os nossos cargos são efetivos. A secretária de Educação tem mais de 30 anos, conhece tudo lá dentro, a da saúde, mais de 14 anos de experiência, a Lu do Social mais de 20 anos, o Leandro de Obras, engenheiro com mais de 12 anos de experiência, e o Rama que não é efetivo, mas ele tá na Câmara de Vereadores e tá fazendo um excelente trabalho. Ele não foi indicação do partido, foi um convite meu, porque ele andava comigo no interior e conhece o interior. O que me levou a ser prefeito de Xanxerê, só tem uma resposta: devolver pro universo aquilo que o universo deu na minha vida – enfatiza.

Para o futuro, Oscar descarta a reeleição:

– Voltar para minhas empresas. Hoje, assim como falei que não seria candidato com todas as palavras e fui, mas eu trabalho todos os dias para que eu possa fazer bem o meu trabalho, fazer o meu sucessor e voltar para as minhas empresas e continuar sendo o Oscar de sempre, sem subir no salto, sem achar que sou superior e isso tem que ser exercitado todos os dias. Muitas pessoas se perdem ao longo da caminhada, por subir para a cabeça e pensar que está acima, que é mais importante. Sou católico praticante, antes de sair de casa tenho meu momento de oração de joelhos, peço que Deus me dê discernimento nas tomadas de decisões, eu trabalho muito internamente e espero que seja só esses quatro anos – finaliza.

 

Família

Oscar ainda fala, com orgulho, dos quatro filhos:

– Dois são administradores, os quais tocam a empresa, eu não me envolvo, só quando eles me chamam. Tenho uma filha que se forma em medicina e uma outra filha, que é engenheira mecânica, fez estágio na França, passou na Universidade Federal e quando se formou decidiu que queria ser irmã religiosa. Hoje, ela deixou a vida social, cartão de credito, carro, celular e se dedica exclusivamente para ações, cuidar de pessoas carentes e trabalha em prol das pessoas – finaliza.

 

 

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