Comunidade

Lance Notícias | 24/09/2022 13:25

24/09/2022 13:25

44231 visualizações

Livro conta histórias ouvidas em ala de saúde mental, em Ponte Serrada

No dia 16 de setembro, aconteceu em Ponte Serrada, o lançamento do Livro “Histórias que Ouço na Clínica”, escrito pela jornalista e escritora Kiane Berté. O trabalho é fruto de um trabalho de dois anos, em que a jornalista esteve presente no Hospital Santa Luzia ouvindo depoimentos de pacientes que se encontravam internados na ala […]

Livro conta histórias ouvidas em ala de saúde mental, em Ponte Serrada

No dia 16 de setembro, aconteceu em Ponte Serrada, o lançamento do Livro “Histórias que Ouço na Clínica”, escrito pela jornalista e escritora Kiane Berté.
O trabalho é fruto de um trabalho de dois anos, em que a jornalista esteve presente no Hospital Santa Luzia ouvindo depoimentos de pacientes que se encontravam internados na ala de saúde mental.
Em conversa com o Lance Notícias, Kiane comenta sobre o tema e a importância de se falar sobre o assunto, principalmente, por se estar vivendo o período conhecido como “Setembro Amarelo” que traz como foco principal falar sobre a saúde mental, muitas vezes, tida como tabu.
– Acabei conhecendo a clínica quando fui produzir uma reportagem sobre o Setembro Amarelo e não sabia que tinha esse trabalho em Ponte Serrada. Comentei com as profissionais do local que gostaria de desenvolver esse trabalho, de mostrar a realidade dessas pessoas que estão internadas, falar sobre esse problema social. Na clínica mesmo tem pessoas com depressão, com transtorno mental, dependência de álcool, drogas, enfim, e a ideia era de que as pessoas poderiam se identificar com essas histórias e buscar ajuda, entender que existe local apropriado que oferece esse amparo. Quando comecei o projeto, já tinha em mente que gostaria que essas histórias fossem publicadas – conta.
O livro será publicado com autorização dos pacientes, mas que terão os seus nomes verdadeiros preservados. Todas as histórias são reais e de pessoas moradoras da região Oeste.
– Estamos finalizando os últimos ajustes, mas acreditamos que em novembro ele deva ser lançado – detalha.
Questionada sobre as histórias que mais a marcaram, Kiane conta:
– Todas as histórias mexem comigo, todas. Teve algumas vezes, que não conseguia dormir à noite. Chorei muitas vezes transcrevendo os áudios, ao passar as histórias para o papel. Mas, uma em especial foi de uma moça, que ela foi abusada pelo próprio marido, sofria violência psicológica e ela tentou suicídio. Foi muito pesado. Ela tem bastante problemas psicológicos por conta disso e foi na clínica para buscar ajuda e para fugir do marido. Tem outra, de uma mulher também, jovem, que foi abusada pelo pastor da igreja que os pais frequentavam. Ela contou aos pais e eles não acreditavam, ela foi obrigada a conviver com o abusador. São todas histórias muito fortes, não tem como não se envolver. Tem uma outra personagem, que foi abusada pelo irmão por cinco anos, os abusos começaram quando ela tinha dois anos e ela foi parar na clínica por ser chamada de “louca” – finaliza.

Deixe seu comentário