Santa Catarina registrou mais de 6 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes nos últimos anos
Em todo o país, o mês de maio é marcado pela campanha Maio Laranja, dedicada à conscientização sobre o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A mobilização nacional tem como ponto alto o 18 de maio, data em memória de Araceli Cabrera, uma menina de oito anos assassinada após ser vítima de violência sexual, em 1973, no Espírito Santo.
Em Xanxerê, não há registro de ações oficiais promovidas pela prefeitura neste ano. No entanto, a campanha ainda ressoa como um importante alerta à comunidade sobre a necessidade de vigilância e engajamento coletivo.
Santa Catarina registrou 6.313 notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes entre 2018 e 2022, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE-SC). A maior incidência foi entre jovens de 10 a 14 anos. Embora os números não estejam detalhados por município, o cenário preocupa e indica a importância de reforçar a proteção nos territórios locais, inclusive em Xanxerê.
A cidade conta com estruturas importantes de apoio, como o Conselho Tutelar, que atua no atendimento e encaminhamento de denúncias; o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), responsável por deliberar políticas públicas para a infância; e a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), especializada no enfrentamento de crimes contra grupos vulneráveis.
A denúncia é a principal arma contra a impunidade. A população pode recorrer ao Disque 100, serviço nacional gratuito e confidencial, disponível 24 horas por dia. Também é possível buscar atendimento presencial junto ao Conselho Tutelar e à Delegacia de Polícia Civil de Xanxerê.
Mesmo diante da ausência de ações governamentais neste mês, a responsabilidade de proteger crianças e adolescentes não deve ser negligenciada. Escolas, famílias, igrejas, ONGs e cidadãos têm papel crucial na prevenção e identificação de sinais de abuso. A campanha Maio Laranja segue como um lembrete de que o silêncio protege o agressor — e a denúncia, a vítima.