No dia 12 de junho de 1960, um domingo marcado por celebrações religiosas em Xanxerê (SC), a tranquilidade da cidade foi interrompida por um incêndio de grandes proporções que consumiu três casarões de madeira localizados no centro urbano.

O fogo teve início no Hotel e Café Ferronatto, estabelecimento de propriedade do senhor Filisbino Ferronato, situado ao lado da antiga rodoviária. A festa em homenagem ao padroeiro “Senhor Bom Jesus” ocorria na igreja local quando as chamas começaram a se espalhar rapidamente.

Sem a presença de um corpo de bombeiros, a cidade contou apenas com o esforço da própria população, que se mobilizou para retirar móveis e pertences dos hotéis atingidos. Apesar das tentativas, o incêndio destruiu completamente os casarões do Hotel Ferronatto e, em seguida, os do Hotel D’Oeste.

A situação se agravou devido à proximidade de dois postos de combustíveis, um da marca Atlantic, localizado em frente aos hotéis, e outro da Esso, alguns metros adiante. O risco de explosão aumentou o pânico entre os moradores.

Histórias que perduram no imaginário popular relatam que, durante o resgate de colchões e móveis, foi encontrada uma grande quantia de dinheiro escondida em um dos leitos retirados das chamas.

O incêndio foi comparado a grandes tragédias urbanas da história, como a de Roma sob o governo de Nero, imperador romano do século I, dada a destruição e o impacto visual que tomou o centro da cidade.

Os escombros da antiga rodoviária de alvenaria ainda marcaram a paisagem local por anos. Entre as construções afetadas estavam também o Bar Internacional, de Alberto Michelin, e a residência do senhor Pedro Bortoluzzi. A lembrança do incêndio permanece viva na memória de quem presenciou o episódio, que por pouco não reduziu toda a cidade a cinzas.

As imagens históricas do incêndio foram retiradas do livro de Ivo Zolet, que registra momentos marcantes da história de Xanxerê.