No dia 15 de novembro de 1889, o Brasil deixou de ser uma monarquia para se tornar uma República Federativa, rompendo com quase 70 anos de reinado de Dom Pedro II. O evento, que marca uma das maiores transformações políticas do país, foi conduzido por setores das Forças Armadas e apoiado por civis, mas sem grande participação popular. 

A proclamação, liderada pelo marechal Deodoro da Fonseca, ocorreu sem derramamento de sangue, mas foi fruto de uma longa insatisfação política, econômica e social que crescia desde meados do século XIX. 

 Antes da mudança: Nos anos finais do Império, a monarquia brasileira enfrentou severo desgaste devido à críticas ao modelo centralizado de Dom Pedro II, insatisfação de grandes proprietários após a abolição da escravidão sem compensações, avanço das ideias republicanas inspiradas por movimentos internacionais e crescente insatisfação no Exército, que culminou no apoio militar ao republicanismo. 

O dia que mudou a história: Na manhã de 15 de novembro, tropas lideradas por Deodoro da Fonseca marcharam pelo Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e depuseram o governo do primeiro-ministro Visconde de Ouro Preto. 

Pouco depois, o imperador Dom Pedro II foi informado sobre a mudança e aceitou a decisão sem resistência. Ele e sua família embarcaram para o exílio na Europa, marcando o fim do regime monárquico no país. 

Com o fim da monarquia, foi instalado um governo provisório, liderado por Deodoro, que assumiu como o primeiro presidente da República. O novo regime adotou o modelo republicano presidencialista, inspirado nos Estados Unidos. 

 Em perspectiva: O dia 15 de novembro foi oficializado como feriado nacional para celebrar a transição para a República e a ruptura com o passado monárquico. A data é vista como um marco de reflexão sobre a democracia e a importância da participação cidadã no Brasil. 

Apesar de pacífica, a Proclamação da República foi conduzida por elites e careceu de envolvimento popular, o que marcou o início de um período turbulento na política brasileira, com constantes disputas pelo poder nas décadas seguintes e permanece como símbolo de um momento em que o Brasil buscou reinventar-se politicamente, trazendo questionamentos sobre o papel das instituições e da sociedade na construção do país.