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Alvaro Berté | 18/02/2025 11:40

18/02/2025 11:40

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Santa Catarina registra aumento da incidência de cigarrinha-do-milho

Com o avanço do milho safrinha, o desafio agora é impedir que a praga comprometa a produtividade da nova safra

O avanço da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina acende um novo alerta para os agricultores. Segundo o monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a incidência do inseto tem aumentado semanalmente, principalmente com a migração das populações das lavouras colhidas para os novos plantios. O fenômeno intensifica a proliferação do vetor e, consequentemente, o risco de transmissão de doenças que comprometem a produtividade do milho. 

Embora a presença do espiroplasma seja pouco detectada, o fitoplasma tem surgido com maior frequência, exigindo atenção redobrada dos produtores. “Se o manejo adequado for realizado no início do plantio, conseguimos reduzir significativamente a quantidade de insetos infectados”, explica Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, pesquisadora da Epagri responsável pelo monitoramento. 

Para conter a disseminação, especialistas recomendam o controle químico das lavouras recém-semeadas até os estágios V8 – V10, considerados críticos para a transmissão dos patógenos. “Os sintomas dos enfezamentos são silenciosos e só serão percebidos mais adiante, quando as perdas já podem ser irreversíveis”, destaca a pesquisadora. 

O programa Monitora Milho SC, criado em 2021, desempenha um papel estratégico no enfrentamento da praga. Com apoio de instituições como Udesc, Cidasc, Ocesc e Faesc, o projeto mantém armadilhas distribuídas em diversas regiões produtoras para capturar e analisar a infectividade da cigarrinha. 

Os dados são disponibilizados no aplicativo Monitora Milho SC, que oferece um panorama detalhado da incidência do inseto no estado. Segundo Maria Cristina, algumas regiões já aparecem na classificação de risco mais alto, com registros superiores a 120 cigarrinhas por semana. “É crucial que os produtores fiquem atentos aos boletins do programa e adotem medidas de controle preventivo”, reforça. 

Com o avanço do milho safrinha, o desafio agora é impedir que a praga comprometa a produtividade da nova safra. O monitoramento e a adoção de boas práticas agrícolas serão fundamentais para evitar prejuízos e garantir uma colheita mais segura. 

 

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