Moradores enfrentam trauma e dificuldades até hoje, em cenário que evidenciou a força dos eventos extremos
Em uma manhã que começou ensolarada, um tornado de forte intensidade atingiu a cidade de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, deixando um rastro de destruição, dor e luto. O fenômeno provocou quatro mortes e feriu 97 pessoas, muitas em estado grave.
Duas mortes foram registradas imediatamente durante a passagem do tornado. Alcimar Sutil, de 33 anos, motorista de transporte escolar, morreu ao proteger a esposa e os filhos pequenos. Segundo relatos, ele conseguiu salvar a família, incluindo um bebê de cinco meses, antes de ser atingido pelos escombros. O pedreiro Deonir Conin, de 31 anos, também faleceu após o colapso da estrutura de sua casa.
Nos dias seguintes, outras duas vítimas não resistiram aos ferimentos. Gabriel da Luz Sutil, de 8 anos, filho de Alcimar, morreu após duas semanas internado. Já a idosa Lurdes Lima de Oliveira, de 63 anos, resgatada soterrada em casa, também veio a óbito.
A cidade viveu momentos de desespero. Bombeiros trabalharam intensamente para retirar pessoas presas sob telhados e paredes. Os feridos foram encaminhados a hospitais da região, muitos com traumas físicos e emocionais. Sobreviventes relataram que tudo aconteceu “em questão de segundos”. A moradora Nathalia descreveu: “Até hoje, quando dá vento e o tempo fecha, sinto medo”.
Além das perdas humanas, o impacto estrutural foi severo. Muitos moradores levaram meses — e até anos — para reconstruir suas casas. Em alguns casos, as obras ainda não foram finalizadas, evidenciando as dificuldades econômicas enfrentadas por parte da população atingida.
O evento marcou profundamente a comunidade e evidenciou a vulnerabilidade diante de eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes no Sul do país.