Silvana Ogliari Schurhaus, de 48 anos, é casada e mãe de dois filhos.  Ela também é Perita Criminal da Polícia Científica de Santa Catarina desde 2005. Atua como Perita de Local de crime, documentoscopia e identificação veicular em Xanxerê.

Silvana relata que quando ingressou nos quadros da Perícia Criminal, não havia tantas mulheres no meio policial. Realidade que mudou no decorrer desta última década, com o empenho e dedicação destas que ocuparam os espaços mais variados em todas as esferas públicas.

A entrevistada relata que existiram tempos difíceis na profissão. Ela deixava os filhos ainda pequenos com seu esposo e ia atender aos locais de crime sozinhas, muitas vezes, de madrugada, com temporal, neblina e estradas em péssimas condições de trafegabilidade. Contudo essas situações adversas nunca foram motivos para que Silvana desistisse do que mais amava.

—Apaixonada pela minha profissão, nem as dificuldades estruturais e nem os perigos vividos no dia a dia me fizeram pensar em abandonar ou desistir da minha carreira ao longo desses 18 anos de profissão— comenta.

Como Perita de local de crime, ela nos conta que por muitas vezes deparou com casos de violência contra mulher, feminicídios e crimes sexuais. A Perícia nestes casos costuma ser determinante em várias esferas, desde identificar a autoria por meio dos vestígios deixados no local, como descrever a dinâmica do fato. Infelizmente são crimes que vem ocorrendo cada vez com mais frequência.

—Passados estes 18 anos, nossa realidade dentro da Polícia Científica mudou consideravelmente, mas os desafios permanecem no caminho. Sou grata por ser mulher, que hoje deixou de ser sinônimo de sexo frágil para tornar-se sinônimo de coragem e força—Finaliza