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Lance Notícias | 27/09/2021 08:26

27/09/2021 08:26

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Setembro Azul: mês de visibilidade da Comunidade Surda Brasileira

Neste domingo (26) a Comunidade Surda Brasileira celebra a data com diversas atividades voltadas para a conscientização sobre a acessibilidade, além da comemoração das conquistas obtidas ao longo dos anos. Além disso, na última quinta-feira (23) foi celebrado o Dia Mundial da Língua de Sinais, e o Lance Notícias conversou com Alice Demarco, que é […]

Setembro Azul: mês de visibilidade da Comunidade Surda Brasileira

Neste domingo (26) a Comunidade Surda Brasileira celebra a data com diversas atividades voltadas para a conscientização sobre a acessibilidade, além da comemoração das conquistas obtidas ao longo dos anos.

Além disso, na última quinta-feira (23) foi celebrado o Dia Mundial da Língua de Sinais, e o Lance Notícias conversou com Alice Demarco, que é Interprete de Libras há mais de seis anos, e comentou sobre a importância destas duas datas.

– Ontem foi o dia mundial da língua de sinais, o dia em que se comemora as mais de 300 variantes da língua de sinais no mundo. Isso porque que ela não é universal, de país para país muda-se a forma da sinalização. E ainda no Brasil também vemos essa variação de sinais, de Estado para Estado, ou seja, os sinais de muitas palavras podem ter mudanças dependendo da região – comentou ela.

A Língua de Sinais Brasileira, Libras, foi criada por meio da atuação de um surdo francês, chamado Eduard Huet, que em 1857 veio ao Brasil a convite de D. Pedro II para fundar a primeira escola para surdos do país, chamada na época de Imperial Instituto de Surdos Mudos, hoje a atual INES.

– Para mim essa data é um grande marco histórico, mas não o único. Os surdos sofreram muito até serem aceitos utilizando uma diferente forma de comunicação, foram muitos avanços e retrocessos e quem faz parte desta comunidade sabe de todas as lutas e de toda a história. Suas mãos por muito tempo foram amarradas para aprender a falar, taxados como incapazes, sofreram agressões, eram considerados amaldiçoados pelos Deuses e até mesmo eram obrigados a viver longe de sua família. Olhando para esse contexto histórico, vemos o quanto os surdos evoluíram, hoje os surdos trabalham, constituem sua própria família, são independentes, viajam, se divertem e são exemplos de superação para muita gente, graças a união desta comunidade. Mas ainda tem muito o que melhorar e lutar por inclusão e acessibilidade de comunicação, afinal no Brasil mais de 10 milhões de pessoas tem algum problema relacionado a surdez e nem toda tem acesso à educação bilíngue e a língua de sinais. Me sinto orgulhosa em fazer parte desta comunidade e desta luta que ainda continua para ter o devido acesso a comunicação – destacou.

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