Santa Catarina registrou em 2024 um aumento alarmante nos casos de coqueluche, com 258 ocorrências confirmadas, segundo dados do Ministério da Saúde. O salto de 12.800% em relação ao ano anterior, quando apenas dois casos foram registrados, marca o maior índice da doença no estado na última década. Entre os infectados, 82 eram bebês com menos de um ano, faixa etária considerada de maior risco para complicações graves.
Epidemia silenciosa: números preocupantes
O aumento expressivo posicionou Santa Catarina como o sexto estado com mais casos no Brasil em 2024, ficando atrás de Paraná (2.423), São Paulo (1.329), Minas Gerais (643), Rio de Janeiro (508) e Rio Grande do Sul (320). Este é o maior número registrado no estado desde 2014, quando houve 244 casos.
Após 2014, os números anuais de coqueluche em Santa Catarina caíram significativamente, chegando a menos de 10 casos por ano entre 2020 e 2023. O crescimento em 2024 preocupa autoridades de saúde, sobretudo pela vulnerabilidade dos bebês, que representaram mais de 30% dos casos registrados no estado.
Doença e vacinação: o alerta do Ministério da Saúde
A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é uma infecção respiratória altamente contagiosa, com transmissão por gotículas eliminadas em tosse ou espirros. Seus sintomas iniciais incluem febre baixa, mal-estar, coriza e tosse seca, que pode evoluir para crises intensas acompanhadas de vômitos e dificuldade respiratória.
A principal forma de prevenção é a vacinação, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O esquema primário da vacina penta é administrado em três doses para crianças a partir de 2 meses até os 7 anos. Gestantes, profissionais de saúde e estagiários que atuam em berçários e unidades neonatais também têm direito à imunização.
Em 2024, Santa Catarina registrou duas mortes pela doença, ambas em bebês não vacinados. Os casos ocorreram em Itajaí, no dia 20 de agosto, e em Joinville, no dia 27, destacando a gravidade da infecção em crianças pequenas.
Perfil dos casos e os mais vulneráveis
Conforme os dados divulgados, os casos de coqueluche em 2024 no estado foram distribuídos por várias faixas etárias:
- Menores de 1 ano: 82 casos
- 1 a 4 anos: 14 casos
- 5 a 9 anos: 13 casos
- 10 a 14 anos: 55 casos
- 15 a 19 anos: 24 casos
- 20 a 29 anos: 19 casos
- 30 anos ou mais: 51 casos
Crianças menores de um ano, especialmente as não vacinadas, são as mais suscetíveis a formas graves da doença, que podem incluir apneia, desidratação e até parada respiratória.
O cenário nacional e o papel da imunização
O aumento da coqueluche em Santa Catarina acompanha uma tendência de alerta em outros estados brasileiros. Especialistas ressaltam a importância de atualizar as carteiras de vacinação, especialmente de crianças e gestantes, para conter a disseminação da doença.
O Ministério da Saúde reforça que a vacinação é o único método eficaz de proteção contra a coqueluche e deve ser priorizada, especialmente para os grupos mais vulneráveis. Em um cenário de aumento expressivo nos casos, a conscientização da população sobre a importância da imunização é fundamental para evitar mais mortes e complicações graves.
Em Xanxerê, município do Oeste catarinense, não há registro de casos notificados ou confirmados de coqueluche há mais de dois anos. A ausência de novos diagnósticos na cidade contrasta com o aumento expressivo da doença em outras regiões do estado em 2024. Autoridades locais destacam a importância de manter as altas coberturas vacinais para preservar o cenário atual e evitar surtos futuros.