Uma nova ‘trend’ está varrendo as redes sociais, capturando a atenção dos usuários do Instagram e TikTok. Trata-se de um vídeo que tem se espalhado rapidamente, no qual internautas percebem a existência de uma escola peculiar em várias regiões do Brasil: o CAIC. Como Xanxerê também possui uma dessas escolas, o Grupo Lance Notícias decidiu […]
Uma nova ‘trend’ está varrendo as redes sociais, capturando a atenção dos usuários do Instagram e TikTok. Trata-se de um vídeo que tem se espalhado rapidamente, no qual internautas percebem a existência de uma escola peculiar em várias regiões do Brasil: o CAIC. Como Xanxerê também possui uma dessas escolas, o Grupo Lance Notícias decidiu investigar a origem dessa instituição de arquitetura tão única, que fez com que muitos sentissem a vontade irresistível de descer pelo icônico escorregador quando crianças.
Os Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAICs) foram um programa educacional brasileiro que teve origem durante o governo de Fernando Collor de Melo, no período de 1990 a 1992. Essa iniciativa teve influências de projetos educacionais anteriores, como o Escola Parque, idealizado por Anísio Teixeira, e os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP), concebidos por Darcy Ribeiro e construídos no estado do Rio de Janeiro na década de 1980, com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Inicialmente, em 1990, o programa foi estabelecido como Projeto Minha Gente, com o nome de Centros Integrados de Atenção à Criança e ao Adolescente (CIAC). A Legião Brasileira de Assistência liderou a elaboração do projeto, com coordenação do Ministério da Criança. O Programa Minha Gente visava construir conjuntos compostos por creches, escolas de 1º Grau, lavanderias e lares para idosos, com a intenção de criar dois desses conjuntos em cada estado brasileiro.
Darcy Ribeiro e Leonel Brizola desempenharam um papel crucial ao convencer Collor sobre a relevância dos CIEPs e da educação em tempo integral, o que resultou na criação dos Centros de Atenção Integral à Criança como uma política pública.
No entanto, após o afastamento e renúncia de Collor, o governo de Itamar Franco fez mudanças, extinguiu o Ministério da Criança e renomeou o Projeto Minha Gente como “Programa Nacional de Atenção à Criança e ao Adolescente” (PRONAICA). Nesse processo, os CIACs passaram a ser chamados de CAICs, que significa Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente.
Os CAICs foram projetados para oferecer uma abordagem educacional abrangente, abordando várias dimensões da vida das crianças e adolescentes. Suas competências pedagógicas incluem:
- Mobilização para a participação comunitária.
- Atenção integral à criança de 0 a 6 anos.
- Ensino fundamental.
- Atenção ao adolescente e educação para o trabalho.
- Proteção à saúde e segurança da criança e do adolescente.
- Assistência a crianças com deficiência.
- Oferta de cultura, esporte e lazer para crianças e adolescentes.
- Formação de profissionais especializados em atenção integral a crianças e adolescentes.
A criação e operacionalização dos CAICs envolvem responsabilidades em nível federal, estadual e municipal, com a participação possível de outras entidades públicas, como universidades, e até mesmo entidades privadas sem fins lucrativos.
A estrutura arquitetônica dos CAICs foi desenvolvida por João da Gama Filgueiras Lima, também conhecido como Lelé. Essas escolas são notáveis por sua arquitetura que se assemelha a elegantes palácios escolares, compostos por quatro blocos prediais semi-interligados, com uma quadra poliesportiva no centro. A técnica de argamassa armada foi amplamente utilizada na construção, com a pré-fabricação de componentes em argamassa armada, tornando a construção mais eficiente e sustentável.
Os CAICs se destacam na paisagem urbana pelos seus aspectos arquitetônicos e simbolismo, muitas vezes apresentando cores da bandeira nacional em sua estrutura. Calcula-se que o investimento para a construção de um CAIC estava em torno de 2,2 milhões de dólares americanos em 1995.
Esses centros também incluem um anfiteatro ao ar livre, cujo centro é azul e tem o formato redondo assemelhado à esfera da bandeira do Brasil.
O CAIC de Xanxerê, assim como muitos outros espalhados pelo país, adotou essa abordagem inovadora. A instituição tem sido uma parte essencial da comunidade local há décadas, proporcionando educação de qualidade de maneira envolvente e única.
O escorregador gigante, sem dúvida, deixou uma marca indelével na memória de muitos residentes de Xanxerê, principalmente para aqueles que tiveram a sorte de frequentar a escola.
Hoje, o CAIC de Xanxerê continua a desempenhar um papel vital na educação da juventude local. A escola é uma prova de que a inovação e a criatividade podem criar um ambiente de aprendizado estimulante. Muitas crianças de Xanxerê ainda têm o privilégio de estudar nesta escola.
E você, já estudou no CAIC? Conte a história nos comentários!