A jovem Teresa Vicini Lodi tem apenas 22 anos, mas uma grande trajetória a acompanha. É que há cerca de nove anos ela descobriu a escoliose, um encurtamento da coluna causado por uma curvatura lateral.
Em entrevista ao Lance Notícias ela contou desde a descoberta até a libertação dos coletes e sua experiência nesta caminhada.
– Tudo começou quando minha prima percebeu que eu tinha um lado mais acinturado que o outro, e descobrimos então a escoliose. Já no início procuramos orientação médica e optamos por uma solução que era o uso do colete. Paralelo a isso, meu pai descobriu uma fisioterapeuta especialista em escoliose no Rio de Janeiro, e a partir daí começamos o tratamento juntamente com o uso do colete – contou.
O tratamento durou basicamente oito anos, e hoje Teresa volta a cada seis meses ao Rio de Janeiro para avaliação e orientação por exercícios que realiza em casa.
– Eu faço tratamento no Instituto de Escoliose Patrícia Ítalo Mentges, no Rio de Janeiro. E esses exercícios traçados a cada reavaliação são baseados em um método italiano chamado SEAS. Hoje eu não uso mais colete, apenas sigo realizando as avaliações e exercícios – comentou.
Foram 10 coletes diferentes usados no decorrer destes oito anos, e Teresa parou de usá-los em janeiro deste ano. São quase 10 meses de uma vida totalmente nova e diferente para ela.
– Eu estava acostumada com o colete, ela fazia parte de quem eu era. Foram quatros anos de processo de desmame do colete, porque para mim era algo que estava me ajudando a não precisar fazer uma cirurgia. Tudo que eu sempre puder fazer para ajudar minha coluna eu fiz, e essa foi uma ruptura muito grande, mas foi um processo tranquilo e no meu tempo – disse Teresa.
Mas o uso do colete foi benéfico muito além, tornou Teresa tão forte que sua experiência precisa ser passada adiante, esse é o seu objetivo de vida.
– Quando comecei o uso do colete muito pouco se sabia sobre isso, eu não conhecia meninas que usavam, mas graças ao apoio da minha família eu me adaptei e entendi o que estava acontecendo. E depois de um tempo eu senti a necessidade de expor minha experiência a outras pessoas, para mostrar que podemos levar o tratamento para escoliose de uma forma leve, tranquila e positiva – contou.
Para isso Teresa criou um blog, onde posta sua rotina rotina, roupas que se adaptam melhor ao colete, roupas que usa por baixo para não machucar, e outras dicas para pessoas para passam pelo mesmo.
– Nesta época eu usava roupas que escondiam meu colete, até que chegou o tempo em que pensei “porque eu preciso esconder meu colete o tempo inteiro? ”, e isso foi libertador para mim, e comecei a usar roupas que apareciam o colete. Foi um tabu que quebrei e passei a ter orgulho disso – disse emocionada.
Foi neste momento que ela percebeu a importância do seu ato, e o quanto cada vez mais pessoas se identificavam e ela podia as ajudar.
– Pensando nisso comecei a caminhar na praia de maiô e colete. Mais aparente do que nunca foi o momento em que consegui mostrar realmente que ninguém precisa ter vergonha de usar um colete, de ter escoliose, e estar ajudando o outro com sua experiência e seu amadurecimento – contou.
Como os coletes são feitos sob medida, não é possível realizar a doação para outra pessoa, então, eles ficarão guardados como um troféu, uma prova da grande batalha vivida e vencida por Teresa.
– É claro que houveram momentos em que eu quis desistir, não foram somente flores, houveram momentos de choro e tristeza, mas precisamos manter a calma, vencer um desafio por vez, um problema por vez, e cada desafio nos fortalece, fortalece nossa história de vida e quem somos. É isso que quero passar para as pessoas – finalizou.
Para conhecer ainda mais essa linda história de superação, acesse ao blog da Teresa e a siga nas redes sociais.

Arquivo pessoal

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