Mártir de Siracusa (uma das ilhas da Sicília italiana) que, ao ser torturada, teve seus olhos arrancados, antes de ser decapitada, por ordem do imperador, no século III, Santa Luzia é celebrada neste dia 13 de dezembro, como padroeira dos olhos e da visão, por milhões de fiéis, ao redor do mundo. A triste sina […]
Mártir de Siracusa (uma das ilhas da Sicília italiana) que, ao ser torturada, teve seus olhos arrancados, antes de ser decapitada, por ordem do imperador, no século III, Santa Luzia é celebrada neste dia 13 de dezembro, como padroeira dos olhos e da visão, por milhões de fiéis, ao redor do mundo.
A triste sina da santa estava selada, quando, após a cura milagrosa da mãe, ela fez a promessa a Deus de se manter virgem por toda a vida, o que ‘desagradou’ um jovem rico que pretendia desposá-la, conforme desejo expresso da própria mãe de Luzia.
Inconformado pela rejeição do pedido de casamento da jovem siciliana, o jovem decidiu dela se vingar, denunciando sua fé ao procônsul (cargo equivalente a governador, na época), Pascásio que, por sua vez, relatou o fato ao imperador Diocleciano.
Convencido da ‘transgressão’ cometida contra o Império, Diocleciano mandou torturar Luzia, arrancando-lhe os olhos, para depois decapitá-la. Reza a lenda que, no momento da retirada dos olhos, estes lhe teriam sido restituídos pelo Divino, o que levou, depois, o jovem rico a professar a fé cristã.
“Santa Luzia foi uma mulher corajosa, que escolheu viver na fé e arriscar sua vida ao assumir a condição de seguidora de Jesus, em um tempo em que isso era considerado crime grave”, observa o membro da Academia Brasileira de Hagiologia e autor do livro Os Santos de Cada Dia e de Santa Luzia – Novena e Biografia pesquisador e escritor J. Alves.
À ordem de Pascácio, no sentido de que adorasse os deuses pagãos romanos, Luzia teria respondido que “o sacrífico puro diante de Deus seria visitar as viúvas, os órfãos e os peregrinos que param por meio da angústia e da necessidade que sofrem”, conta o pesquisador na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e associado da Hagiography Society (EUA), Thiago Maerki.
A exemplo de outro santo católico, São Francisco de Assis, Santa Luzia também fez voto de pobreza, ao entregar toda a sua herança aos pobres. O milagre da restituição dos olhos, por sua vez, foi eternizado em inúmeras gravuras, produzidas em sua homenagem, ao longo dos séculos.
Por fim, o pesquisador J. Alves conclui que a santa “é invocada, não apenas contra a cegueira física, mas também contra a cegueira que nos impede de enxergar que Deus é nossa luz e a vida só vale a pena quando se torna um ato de amor total a ele e ao próximo”, acrescentando que “Santa Luzia, cujo nome significa luz, é a portadora da luz e a protetora dos olhos”.